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Após cinco anos em alta, desmatamento no Cerrado cai

Após cinco anos em alta, desmatamento no Cerrado caiGoverno Federal também anunciou acordo com estados do Matopiba. Foto: Thomas Bauer/Instituto Sociedade População e Natureza

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Por André Garcia

A taxa oficial de desmatamento registrada no Cerrado entre agosto de 2023 e julho de 2024 foi de 8.174 km², a menor desde 2019. A queda de 25,7% em relação ao último ciclo, segundo o sistema Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), é a primeira redução em cinco anos no bioma. Na Amazônia, o índice  de desmatamento caiu ainda mais: 30,63%.

Os dados foram anunciados nesta quarta-feira , 6/11, em ato no Palácio do Planalto. Na ocasião, também foi assinado um pacto entre o governo federal e os governadores do Matopiba, região que concentra a devastação do bioma, para reforçar a ação conjunta na prevenção e combate ao desmatamento e aos incêndios nos estados da região.

Entre outros objetivos, a parceria busca aumentar a atuação coletiva para identificar e aplicar sanções ao desmatamento ilegal em imóveis rurais da região, além de aprimorar as regras e processos para garantir transparência, compartilhamento de informações e formulação de estratégia para a conservação da água e dos ativos florestais de vegetação nativa nos diferentes ecossistemas do Cerrado.

Controle e combate

De acordo com o Prodes, no Cerrado houve redução de 76,4% do desmatamento no Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, estados que integram o Matopiba. Em todos os casos, a área desmatada diminuiu: na Bahia, a redução foi de 63,3%, seguida por 15,1% no Maranhão, 10,1% no Piauí e 9,6% no Tocantins.

A queda registrada desde 2023 é resultado, dentre outras ações, da intensificação das ações de comando e controle. De janeiro de 2023 a outubro de 2024, a média de autos de infração aplicadas pelo Ibama por infrações aumentou em 20%. Isso também é reflexo da retomada do Plano de Ação Prevenção e Controle do Desmatamento no Cerrado (PPCerrado), em novembro do ano passado.

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