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Integração lavoura-pecuária dobra carbono no solo e eleva produção

Integração lavoura-pecuária dobra carbono no solo e eleva produçãoÁreas com ILP e pastagem se destacam com ganhos de carbono e nitrogênio. Foto: CNA

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Adotar sistemas que combinam lavoura e pecuária pode mais que dobrar o estoque de carbono no solo do Cerrado, além de aumentar sua fertilidade e produtividade de grãos. Áreas manejadas dessa forma chegaram a acumular até 108% mais carbono do que a vegetação nativa, contribuindo também para reduzir emissões e combater o aquecimento global.

O resultado vem de uma pesquisa realizada pela Embrapa Meio-Norte no Maranhão, na região do Matopiba – que abrange partes de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. O estudo comparou diferentes formas de uso da terra: vegetação nativa, sistemas integrados como lavoura-pecuária (ILP) e lavoura-pecuária-floresta (ILPF), além pastagens e sistemas com preparo recente do solo.

As áreas com ILP e pastagem foram as que mais se destacaram, com ganhos de carbono e nitrogênio – elementos fundamentais para melhorar a fertilidade, reter mais água no solo e estimular a atividade dos microrganismos que favorecem o crescimento das plantas.

Segundo o pesquisador Edvaldo Sagrilo da Embrapa, tanto o pecuarista que mantém uma pastagem bem conduzida quanto o agricultor que investe em ILP obtêm benefícios ambientais e produtivos semelhantes. Mais carbono no solo significa menos necessidade de fertilizantes, uso mais eficiente dos insumos e menor emissão de gases de efeito estufa.

O estudo foi feito em São Raimundo das Mangabeiras (MA) e avaliou cinco cenários: vegetação nativa, ILPF com 13 anos, ILP com 16 anos sob plantio direto, ILP com preparo recente do solo e pastagem com 15 anos. Nos sistemas ILP, o aumento de carbono foi de 84% (plantio direto) e 108% (solo com preparo recente). Já nas pastagens, o ganho foi de 66% em relação à área nativa.

Além de melhorar a produção, esse modelo de uso da terra abre caminho para gerar renda extra com serviços ambientais. Com o avanço do mercado de carbono no Brasil, produtores que adotam práticas sustentáveis poderão ser remunerados por manter o carbono no solo.

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