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Restauração de áreas é saída para salvar água no Pantanal

Restauração de áreas é saída para salvar água no PantanalAté 2023, 59% do Pantanal já havia sido alterado por ação humana. Foto: Secom-MT

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A restauração das áreas degradadas nas Cabeceiras do Pantanal é apontada como o melhor caminho para garantir mais água, menos perda de solo e segurança para a produção agropecuária no bioma, diante das chuvas cada vez mais irregulares.

Três estudos, elaborados pela WWF-Brasil, em parceria com a empresa Aegea, mostram que a restauração recupera áreas, melhora a infiltração da água no solo, reduz o assoreamento de rios e garante água de qualidade para quem vive na região – além de evitar prejuízos.

O alerta é urgente: até 2023, 59% da paisagem do Pantanal já tinha sido modificada por atividades humanas e 67% das pastagens estavam degradadas. Os levantamentos apontam que a vegetação cobre o solo, diminui a erosão e aumenta a infiltração de água e, ao analisaram o custo-benefício de restaurar áreas nas bacias dos rios Jauru, Taquari e Miranda, mostraram a relação entre as chuvas, a vazão dos rios e a perda de superfície de água.

Os resultados indicam que cada R$ 1 investido em restauração pode gerar até R$ 8 em benefícios econômicos, como mais produtividade na lavoura e menos gasto para tratar água. Desta forma, concentrar a restauração em áreas prioritárias também é mais barato e eficiente para a população.

Segundo os especialistas, ter vegetação no solo não significa perder área produtiva, mas sim ganhar produtividade. Áreas com vegetação nativa ou pastagens bem cuidadas e arborizadas ajudam a manter os recursos hídricos das Cabeceiras, garantindo água para todo o Pantanal.

“Os estudos mostram o que já víamos no campo. Que ter vegetação no solo é essencial para garantir água, produtividade e viabilidade para a agropecuária. Os dados deixam evidente que investir em restauração custa menos do que remediar os danos depois”, explica Veronica Maioli, especialista em Conservação do WWF-Brasil.

Pastagens bem manejadas podem reduzir em até 40% a perda de água e em até 59% a perda de solo quando comparadas a áreas degradadas.

Os estudos foram lançados no último mês e para os pesquisadores, soluções baseadas na natureza, como restaurar a vegetação nativa e conservar o solo, são essenciais para enfrentar as mudanças do clima. Leia o relatório na íntegra aqui.

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