Com chuvas cada vez mais irregulares, a saúde dos rios do Pantanal depende de ações imediatas. Três estudos recentes revelam que a restauração de áreas degradadas é a chave para a segurança hídrica e a sustentabilidade da região.
O diagnóstico é alarmante: até 2023, 59% da paisagem nas cabeceiras já havia sido modificada por atividades humanas, e 67% das pastagens encontravam-se degradadas. A pesquisa reforça que, com as variações climáticas, a tendência é de diminuição das chuvas e, consequentemente, da vazão dos rios.
Segundo os estudos, a restauração da vegetação nativa e a adoção de práticas agropecuárias mais responsáveis trazem benefícios concretos. A pesquisa aponta que cada R$ 1 investido em conservação do solo pode gerar até R$ 8 em benefícios econômicos, como o aumento da produtividade agrícola e a redução de custos com o tratamento de água para as cidades.
Além disso, a restauração melhora a infiltração de água no solo e reduz o assoreamento dos rios, um fator crucial para a saúde dos corpos hídricos. Pastagens bem manejadas, por exemplo, podem diminuir a perda de água em até 40% e a perda de solo em 59%, se comparadas a áreas degradadas.
Objetivos e conclusões das pesquisas
As três frentes de estudo investigaram:
- A contribuição de diferentes coberturas vegetais para a redução da erosão e o aumento da infiltração de água.
- A análise do custo-benefício da restauração de áreas degradadas nas bacias dos rios Jauru, Taquari e Miranda.
- A relação entre a precipitação e a vazão dos rios, bem como a perda de superfície de água no Pantanal.
Os resultados obtidos fornecem subsídios valiosos para guiar ações práticas no campo. Eles demonstram que ter vegetação no solo é um investimento com retorno, e não uma perda de área produtiva. Soluções Baseadas na Natureza, como a restauração da vegetação nativa e a conservação do solo, desempenham um papel fundamental para amortecer e minimizar os impactos de eventos extremos, promovendo a infiltração da água, a redução da erosão e a manutenção (ou o aumento) da recarga de água subterrânea, que mantém o fluxo dos rios na época de estiagem.