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COP30: Plataforma apoia manejo do solo e revela tendência de carbono

COP30: Plataforma apoia manejo do solo e revela tendência de carbonoTrabalho resultou em maior banco de dados sobre o tema no mundo. Foto: Fabiano Bastos/Embrapa.

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Por André Garcia

O produtor brasileiro ganhou, nesta segunda-feira(17), uma nova ferramenta para avaliar a saúde do solo e orientar o manejo. Lançada durante a COP30, em Belém (PA), a Plataforma Saúde do Solo BR, da Embrapa, transforma milhares de análises, já realizadas no país, em informações práticas para uso no campo.

Na prática, a plataforma organiza os resultados das primeiras 52 mil amostras processadas com a tecnologia BioAS, que incorpora análises biológicas às avaliações químicas de rotina. Isso permite identificar se o solo está saudável, adoecendo, degradado, em recuperação ou em situação intermediária.

O sistema foi criado a partir da parceria com 33 laboratórios comerciais que utilizam a BioAS. A base de dados reúne informações sobre atividade biológica, matéria orgânica e indicadores associados aos ciclos de nutrientes, o que resultou no maior banco de dados de saúde do solo já reunido no mundo.

“Hoje, o Brasil detém um banco de dados de saúde do solo sem precedentes, baseado na atividade enzimática e nos teores de matéria orgânica. Esse banco é dinâmico e cresce a cada dia”, destaca a pesquisadora Ieda Mendes, da Embrapa Cerrados.

Essas informações ajudam a entender se o solo está entregando o que a cultura precisa ou se há risco de perda de fertilidade. O produtor pode filtrar as análises por cultura, tipo de solo, região e período, o que facilita comparar áreas da mesma fazenda ou acompanhar a evolução ao longo dos anos.

Mapa de Tendência do Carbono do Solo

Outro destaque é o Mapa de Tendência do Carbono do Solo, construído a partir do Índice de Tendência do Carbono do Solo. Esse indicador mostra se o solo tende a ganhar ou perder carbono, um sinal importante sobre estabilidade, fertilidade e capacidade de resposta ao manejo.

Em sistemas naturais ou manejados de forma estável por longos períodos, observa-se um balanço bioquímico entre ambos. Alterações nas práticas de manejo rompem esse equilíbrio temporariamente e os bioindicadores permitem detectar a direção e a intensidade das mudanças”, explica o pesquisador Guilherme Chaer.

Os usuários poderão explorar os dados por meio de filtros que permitem consultas em diferentes escalas espaciais e temporais, seleção por culturas agrícolas e classes texturais de solo. A plataforma ainda possibilitará a visualização simultânea de dois mapas comparativos, favorecendo análises paralelas.

 

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