HomeEconomiaAgricultura

Fungicida para controlar ferrugem em soja movimenta R$ 9 bi em 20/21

Fungicida para controlar ferrugem em soja movimenta R$ 9 bi em 20/21

Anec eleva estimativa de embarques de soja para até 15,13 milhões de t
MT precisou de 23 sacas a mais de milho para pagar custo de hectare
Mais rentável que soja, cacau quer assumir protagonismo em MT

Os fungicidas para controle da ferrugem asiática, principal doença da cultura da soja, movimentaram R$ 9 bilhões na safra 2020/21, revela o levantamento BIP da consultoria Spark Inteligência Estratégica. O aumento nas vendas da indústria desse tipo de produto foi de 10% na comparação com a safra 2019/20. O valor investido equivale a 70% das vendas de produtos para controlar fungos nas lavouras da oleaginosa e a 29% do total negociado de defensivos agrícolas para a cultura da soja. A soja representa em torno de 55% do mercado de defensivos, na estimativa da consultoria.

De acordo com o coordenador de projetos da Spark, Lucas Alves, a ferrugem asiática é a preocupação central do sojicultor na safra. A doença identificada em 2001 exige do produtor diferentes estratégias de manejo, sobretudo em virtude do desenvolvimento de resistência pelo fungo causador da ferrugem Phakopsora pachyrhizi a determinados ingredientes ativos de fungicidas, segundo Alves. Conforme o especialista, o aumento de área de soja de 5% observado em 2020/21 no Brasil foi o principal fator que determinou o crescimento no uso de fungicidas para controle da doença.

Só o que produtor investe para controlar a ferrugem supera o total desembolsado com inseticidas e herbicidas para a soja. Os dados do BIP Spark por categoria de produtos mostram o segmento de inseticidas com vendas de R$ 7,880 bilhões, alta de 23% ante o ciclo anterior, e o de herbicidas, de R$ 6,940 bilhões, 20% acima de 2019/20.

O problema da resistência no País impulsionou a taxa de utilização dos “fungicidas multissítios” de 6% na safra 2014/15 (R$ 75 milhões) para 70% no ciclo 2020/21 (R$ 2,5 bilhões), segundo a Spark. “O multissítio é um dos grandes pilares da recomendação do manejo da resistência da ferrugem”, disse.

Diferentemente dos fungicidas que atuam de forma única, o multissítio tem várias frentes de ação contra a doença, segundo Alves. Produtor alterna a aplicação de fungicidas com diferentes modos de ação a fim de preservar a eficácia das tecnologias no controle da doença. “Quando dizemos que a ferrugem está relativamente ‘controlada’ ou tem uma menor pressão, isso tem relação com o ambiente de manejo que produtor construiu nos últimos anos”, afirmou.

Fonte: Estadão Conteúdo