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COP30: produtores provam que agro pode cortar 10% das emissões

COP30: produtores provam que agro pode cortar 10% das emissõesAngela van Lieshout e a família na fazenda Gualunda. Foto: Reprodução/Instagram

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Por André Garcia

Agricultores já conseguem cortar até 10% das suas emissões de gases de efeito estufa utilizando apenas tecnologias disponíveis no mercado. A afirmação é de Jai Shroff,  CEO global da UPL, empresa global de soluções sustentáveis, que falou sobre o assunto durante a COP30, em Belém (PA), reforçando o papel do produtor rural como parte da solução climática.

“Acreditamos que todo agricultor pode reduzir suas emissões. Esses 10% representam cerca de 2,5% de todas as emissões globais. Considerando que entre 25% e 30% das emissões mundiais vêm da atividade agrícola, uma redução de 10% pelos agricultores poderia ser um fator-chave na descarbonização do planeta”, afirmou o CEO.

Para provar que esta mudança já está acontecendo, a UPL criou a campanha global #AFarmerCan, que celebra agricultores que estão plantando as sementes da mudança climática. Entre mais de 1.ooo peças espalhadas pela COP30, casos do Centro-Oeste chamam a atenção pelo manejo eficiente e conservação do solo.

Gestão para o futuro

É o caso da Fazenda Gaulanda, em Silvânia (GO), onde a sustentabilidade virou rotina por meio da implementação do plantio direto, energia fotovoltaica, rastreabilidade e integração lavoura-pecuária (ILP). Lá, a recuperação do solo, garante um legado de prosperidade na produção de trigo, milho e soja, para as próximas gerações.

“O que me enche de orgulho de olhar para nossa prioridade hoje é ver o tanto que ela evoluiu. Hoje, a gente tem um olhar à frente, a gente se preocupa em produzir com sustentabilidade, em produzir mais no mesmo chão”, conta a proprietária, Angela van Lieshout.

A ILP (Integração Lavoura-Pecuária), conhecida como safrinha do boi, permite engordar o gado durante a seca no mesmo espaço agrícola, otimizando recursos e reforçando o cuidado com o solo. A gestão inclui ainda controle rigoroso na aplicação de insumos e monitoramento do consumo de combustível.

“Os principais desafios do produtor rural hoje é estar resiliente diante as mudanças do tempo, mas também enxergar a sua propriedade como uma indústria a céu aberto. O produtor rural, ele tem que estar ciente de que a evolução chegou, que a gestão tem que ser feita de uma forma diferenciada”, diz Angela.

Biodiversidade é aliada da produção

Em Mato Grosso, no município de Canarana, os produtores Gilmar e André Osbel também mostram que produtividade e responsabilidade ambiental andam juntas. A família investe na promoção de polinizadores, como a abelha melífera, para enriquecer a microbiologia do solo e fortalecer o ecossistema da propriedade.

André e Gilmar Osbel. Foto: Reprodução/Instagram

“A gente trabalha aqui com todos os manejos normais da agricultura. Então, além de ter o benefício da polinização da abelha, a gente está mostrando que convive bem com ela, tocando a atividade da agricultura com o manejo normal da propriedade”, conta Gilmar.

Sendo assim, a estratégia inclui ainda a diversificação de culturas e a rotação regenerativa, reforçando que ecossistemas saudáveis ​​e agricultura lucrativa crescem melhor juntos.

“A gente aprendeu desde criança que tem que preservar o meio ambiente, fazer de tudo da melhor forma, produzir com sustentabilidade”, afirma Gilmar. “Você tem que trabalhar lado a lado com o meio ambiente, com a sustentabilidade, preservando para conseguir ter uma agricultura que continue”, acrescenta André.

 

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