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Governo lança pacto para conter crise causada por incêndios no Pantanal

Governo lança pacto para conter crise causada por incêndios no PantanalEstados sofrem com seca história e têm aumento de queimadas. Foto: Agência Brasil

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Por André Garcia

Mato Grosso e Mato Grosso do Sul se aliaram ao Governo Federal e assinaram, nesta quarta-feira, 5/6, o Pacto Interfederativo para o Combate aos Incêndios no Pantanal e na Amazônia. O acordo, que estabelece a integração de ações de prevenção e controle, foi anunciado em Brasília (DF), durante cerimônia do Dia Mundial do Meio Ambiente.

Os dois estados devem sofrer nos próximos meses com os efeitos de uma forte estiagem, que aumenta o risco de incêndio de grandes proporções no Pantanal. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o bioma contabilizou 880 focos de queimadas nos cinco primeiros meses de 2024, alta 898% em relação ao mesmo período de 2023.

“A gente tem de prestar bem a atenção no que está acontecendo aqui. A gente está tentando antecipar, tendo a clareza que vamos ter uma grande estiagem, com grande quantidade de matéria orgânica acumulada no Pantanal e o risco de incêndio é muito grande”, afirmou a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva.

Na ocasião, ela também destacou que a situação reflete os efeitos da crise climática.

“O que estamos vendo no Rio Grande do Sul em chuva e os efeitos dessa chuva, vamos ver em estiagem provavelmente na Amazônia e no Pantanal. Vamos ter um fenômeno com incêndios e queimadas”, disse.

O Pacto estabelece ainda ações como a definição de áreas prioritárias para preservação e combate de incêndios; elaboração de Plano de Ação de Gestão e Manejo Integrado do Fogo e compartilhamento de recursos e equipamentos.

O governador de MS, Eduardo Riedel, e o vice-governador de MT, Otaviano Pivetta, assinaram o pacto. Foto: Ricardo Stuckert / Presidência

Amazônia

Além de Mato Grosso, outros Estados que fazem parte da Amazônia, como Pará, Acre e Roraima, também assinaram o Pacto que, segundo Marina, abrange estratégias para manter o abastecimento de alimentos, medicamentos e combustíveis nas populações que vivem nesses biomas.

Vale destacar que, neste ano, as queimadas no bioma apresentaram salto de 107% em relação ao ano passado. Neste sentido, a ministra lembrou que durante a seca histórica que assolou a Amazônia em 2023, municípios ribeirinhos ficaram isolados e enfrentam escassez de suprimentos devido à falta de navegabilidade nos rios.

“Tivemos de fazer uma operação de guerra para levar cestas básicas no ano passado. Neste ano é fundamental esse preparo. Uma hora a gente está tendo de agir na seca e outra na cheia”, pontuou.

Além do Pacto, foram assinadas outras 13 medidas que vão desde a criação de áreas de proteção a até programas nacionais de conservação e cooperações entre instituições federais. A criação do Programa Nacional de Conservação e Uso Sustentável dos Manguezais e a Estratégia Nacional de Bioeconomia são alguns exemplos.