Por André Garcia
Mato Grosso registrou em outubro uma redução expressiva de 63% nos focos de calor em comparação ao mesmo período do ano passado. Dados do Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), apontam 1.410 ocorrências neste ano, contra 3.814 em 2024.
Com a queda, o estado deixou o ranking dos mais afetados pelo fogo. Em 2024, Mato Grosso ocupava o 3º lugar no ranking nacional de queimadas; agora passou para a 8ª posição, respondendo por apenas 4,9% dos focos detectados no país. A média diária também caiu de 123 para 45 registros.
No cenário nacional, o Brasil contabilizou 28.678 focos de calor em outubro, uma queda de 14% em relação ao mesmo mês do ano anterior, quando foram registrados 33.356 casos. Maranhão, Piauí e Pará lideraram o ranking das queimadas no País.
Estado ainda lidera no acumulado do ano
Mesmo com o alívio observado em outubro, Mato Grosso continua entre os estados com maior número de ocorrências no acumulado de 2025. De janeiro a outubro, o Inpe registrou 104.423 focos de calor em todo o Brasil, sendo 10.581 em território mato-grossense — o equivalente a 10,1% do total nacional. No ranking anual, o estado ocupa o 4º lugar, atrás de Maranhão, Bahia e Tocantins.
Produtor rural é aliado no combate ao fogo
Um dos fatores decisivos para a redução das queimadas em Mato Grosso tem sido a parceria entre o Corpo de Bombeiros Militar, comunidades locais e produtores rurais. No Pantanal, essa integração garantiu o controle de 100% dos focos de calor registrados entre junho e outubro, todos extintos em até 48 horas.
Por meio do Sistema Integrado de Cadastro de Recursos para Apoio aos Incêndios Florestais (SICRAIF), produtores disponibilizam tratores, caminhões, aeronaves e outras estruturas para apoiar as equipes de campo. Hoje, o sistema reúne cerca de oito mil recursos cadastrados em todo o estado.
“O produtor rural é o maior parceiro do Corpo de Bombeiros Militar. Por isso, temos alcançado esses resultados. É fundamental agir com rapidez no princípio de incêndio para evitar maiores danos, avalia o comandante-geral, coronel Flávio Glêdson Vieira Bezerra.
Redução
A queda nas queimadas em Mato Grosso também reflete um conjunto de fatores estruturais e ambientais. Além das condições climáticas mais favoráveis neste ano, o governo estadual ampliou os investimentos em prevenção e combate, destinando R$ 125 milhões para ações contínuas de monitoramento, estruturação de equipes e uso de tecnologia em tempo real.
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