HomeEcologia

País pode alcançar 45ºC nesta semana; Centro-Oeste terá recordes

País pode alcançar 45ºC nesta semana; Centro-Oeste terá recordesNo Centro-Oeste a elevação será das maiores. Foto: Agência Brasil

Seguro paramétrico pode ser aliado do agro contra instabilidade climática
Produção de sorgo avança e pode ser a salvação da lavoura 2024
Avanço da colheita de soja confirma efeitos da crise climática

A MetSul adverte para um episódio excepcional de calor em grande parte do Brasil nos próximos dias ainda no inverno, já que a primavera começa oficialmente em 23/9. Temperaturas com elevação em pico devem ocorrer no Mato Grosso e no Mato Grosso do Sul, com marcas acima dos 40ºC na maioria das cidades dos dois Estados, mas que podem atingir temperaturas máximas extremas, em particular na região do Pantanal e proximidades. As informações são da MetSul Meterorologia.

Esta região do Centro-Oeste vai estar junto ao centro da grande cúpula de calor que estará concentrada entre o Paraguai. Pontos destas áreas podem atingir marcas tão extremas como 43ºC a 45ºC . O pico do calor em intensidade deve se dar entre o final desta semana e o começo da semana que vem.

Evidências de estudos sugerem que a mudança climática está aumentando a frequência de cúpulas de calor intensas, bombeando-as para mais alto na atmosfera, algo não muito diferente de adicionar mais ar quente a um balão de ar já aquecido. Por isso, vários estudos apontam aumento da intensidade, duração e frequência de ondas de calor no Brasil e ao redor do mundo.

Modelos numéricos chegam a indicar temperatura no nível de pressão de 850 hPa (equivalente a 1.500 metros de altitude) perto de 30ºC no Centro-Oeste do Brasil, o que apenas se verifica em massas de ar extremamente quentes, como a que atingiu o Sudoeste dos Estados Unidos no mês de julho deste ano.

Mais quente que o Verão

O período de junho a setembro marca o que se denomina da estação seca no Centro do Brasil, afetando o Centro-Oeste e o Sudeste, o que contribui para extremos de temperatura alta que não ocorrem no verão porque a chuva é quase diária. Cuiabá, por exemplo, que é uma cidade conhecida pelo calor, tem na climatologia histórica os seus dias mais quentes em valores extremos justamente no período seco.

Goiânia tem temperatura máxima média mensal de 32,7ºC em agosto, 34,0ºC em setembro e 33,2ºC em outubro, mas no verão as média máximas mensais são inferiores com 30,6ºC em dezembro, igual valor em janeiro e 31,0ºC em fevereiro.

Ainda sobre a capital goiana como um exemplo de que o pior do calor não ocorre no verão, mas no fim do inverno e na primavera. De acordo com a estatística 1991-2020, a cidade teve, em média, por ano, 4 dias acima de 35ºC em agosto, 13 em setembro e 9 em outubro, entretanto somente um em média em dezembro, janeiro e fevereiro.

De uma média de 31 dias por ano com mais de 35ºC em Goiânia, 26 ocorrem apenas no trimestre agosto a outubro. O mesmo ocorre em Brasília com médias máximas superiores no final do inverno e no começo da primavera do que não verão. E também no interior de São Paulo. Em Franca, o número média de dias acima de 30ºC é de 12 em setembro e também 12 em outubro. Dezembro tem quatro e janeiro e fevereiro cinco cada um

Gráfico mostra onda de calor

Mato Grosso e o recorde de calor

A maior temperatura registrada oficialmente até hoje no Brasil foi de 44,8°C em Nova Maringá, Mato Grosso, em 4 e 5 de novembro de 2020, superando o recorde também oficial de Bom Jesus, Piauí, de 2005, de 44,7°C. Recordes mensais, e em algumas cidades até absolutos, podem cair neste evento de calor extremo.