Os países que integram a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) aprovaram a criação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, da sigla em inglês), que será lançado oficialmente em novembro, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém.
A iniciativa prevê a remuneração dos países em desenvolvimento detentores de florestas tropicais pela redução do desmatamento, com o potencial de mobilizar até US$ 4 bilhões por ano.
A Declaração de Bogotá mencionou o TFFF como “um mecanismo inovador” para mobilizar financiamento de longo prazo baseado na conservação das florestas tropicais amazônicas. Os países da OTCA também defenderam a capitalização do fundo e sua pronta operacionalização a partir da COP30, a primeira Conferência do Clima a acontecer na Amazônia, em novembro.
Além do texto final, os presidentes da OTCA também assinaram um comunicado conjunto sobre o TFFF, reforçando o apoio dos países amazônicos à proposta brasileira.
Outro ponto acordado foi a criação do Mecanismo Amazônico de Povos Indígenas (MAPI), que visa uma maior participação de movimentos indígenas nas mesas de deliberação da OTCA. A primeira presidência do MAPI será dividida pela ministra Sonia Guajajara (Povos Indígenas) e por representantes da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB).
Além de Lula, a cúpula da OTCA também reuniu os presidentes Gustavo Petro (Colômbia) e Luis Arce (Bolívia), além de representantes de Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. Apesar do consenso na Declaração, as negociações não foram tão tranquilas, com alguns temas dividindo os países amazônicos, como a questão da exploração dos combustíveis fósseis, defendida pelo governo brasileiro, mas rejeitada pelas autoridades colombianas.