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1% dos produtores somam R$ 90 bi em infrações socioambientais graves

1% dos produtores somam R$ 90 bi em infrações socioambientais gravesDesmatamento é motivo para piorar o score nas instituições financeiras. Foto: Pexels

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Um levantamento da Serasa Experian revela que apenas 1% dos produtores rurais brasileiros têm irregularidades socioambientais graves (embargos ambientais e trabalho escravo, por exemplo). No entanto, as infrações somadas, se cobradas, equivaleriam a R$ 90 bilhões. O custo destas infrações recairia sobre instituições financeiras e seguradoras. As informações são do jornal Valor Econômico.

O cálculo do levantamento foi feito com base em mais de 163 mil produtores, tanto da agricultura familiar quanto agroexportadores, que contrataram ou tentaram contratar crédito em 2022. Eles foram classificados conforme o indicador Serasa Score ESG Agro. No universo analisado, 0,72% têm alto risco ESG – registro de trabalho análogo à escravidão ou embargos ambientais. Outros 0,28% têm risco ESG intermediário e 99% não tiveram risco ESG detectado.

“Apesar de os 99% estarem em conformidade socioambiental, existe aquele 1% com o Serasa Score ESG Agro que apresenta problemas potencialmente graves. Esse 1% concentra 100% de infrações gravíssimas (trabalho escravo e embargos), 35% de todas as infrações ambientais e 14,5% de todos os processos”, explicou Marcelo Pimenta, head de Agronegócio da Serasa Experian.

Perfil do produtor de alto risco

A maioria das pessoas com alto risco ESG é do sexo masculino e com idade média acima 60 anos. O risco de crédito ESG não está atrelado à análise de risco de crédito geral utilizada pelas instituições financeiras. No caso do 1% com maior risco ESG detectado pela Serasa, o risco de inadimplência é considerado baixo.

Entre estes produtores, o valor mediano dos contratos de crédito é de R$ 62.309. De acordo com o head da empresa, é importante avaliar dois aspectos (Agro Score e Score ESG Agro) para apoiar tanto quem financia quanto quem compra do agronegócio.