Enquanto a Associação Nacional de Restaurantes dos Estados Unidos apela ao governo de Donald Trump para isentar o café brasileiro da taxação de 50%, exportadores brasileiros veem uma nova e promissora porta se abrir com o anúncio da China, que habilitou 183 novas empresas brasileiras a exportarem para o país. As informações são da Agência Brasil
O anúncio foi feito pela Embaixada da China no Brasil nas redes sociais. Segundo a publicação, a medida tem validade de cinco anos e entrou em vigor a partir de 30 de julho, mesmo dia em que os Estados Unidos assinaram a ordem que oficializou o tarifaço contra o Brasil.
As importações líquidas de café no país cresceram 13,08 mil toneladas entre 2020 e 2024. Como o Gigante 163 divugou, na última década, o consumo subiu 150% no país asiático. Nos últimos sete anos, o volume exportado mais que dobrou, crescendo em média 11% ao ano desde 2018.
E o potencial de crescimento é medido pelo fato de que o consumo per capita é de 16 xícaras/ano, muito abaixo da média global de 240. “O café vem conquistando espaço no dia a dia dos chineses”, comemora a publicação da embaixada.
O Ministério da Agricultura e o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) ainda não se manifestaram sobre o assunto.
Diante do cenário – em 2024, os Estados Unidos importaram cerca de 23% de café brasileiro – pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da USP, alertam que os produtores brasileiros podem ser forçados a redirecionar parte de sua produção para outros mercados, como o chinês. Eles destacam a necessidade de “agilidade logística e estratégia comercial para mitigar os prejuízos à cadeia produtiva nacional” diante da nova realidade.
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