Por André Garcia
Mato Grosso quer mostrar ao mundo que a pecuária pode ser parte da solução para dois dos maiores desafios do século: as crises de segurança alimentar e climática. A mensagem foi reforçada pelo presidente do Instituto Mato-Grossense da Carne (Imac), Caio Penido, na abertura do Congresso Mundial da Carne, nesta terça-feira (28).
“Temos aproximadamente 34 milhões de cabeças de gado e vamos mostrar que podemos ajudar o mundo nas crises de segurança alimentar e também de segurança climática. Essa é uma agenda que a gente leva ao mundo, e esses são alguns dos temas que serão tratados aqui no evento”, disse.
O congresso reúne representantes de 20 países, em Cuiabá, para debater inovação, sustentabilidade e geopolítica do setor.
Com o maior rebanho bovino do país, Mato Grosso se consolidou como potência na produção de proteína animal e referência em práticas de manejo mais sustentáveis. Mas o desafio de equilibrar produtividade e conservação ainda é grande, já que o estado mantém índices de desmatamento alarmantes.
A superação desse contraste passa por tecnologia, rastreabilidade e informação — fundamentais para manter a liderança no mercado externo. Por isso, o Imac defende que Mato Grosso fortaleça a comunicação científica, mostrando, com dados, o impacto positivo das boas práticas e do uso eficiente da terra.
“Precisamos estar informando constantemente o mundo, mas com embasamento científico e com pesquisas de instituições reconhecidas, que balizam o nosso desenvolvimento e nossas ações”, acrescentou Penido.
Ao destacar a qualidade da carne mato-grossense e as práticas sustentáveis adotadas na produção local, o presidente da International Meat Secretariat (IMS), Juan José Grigera Naón, ressaltou que o evento reforça o papel da América do Sul na transição para uma pecuária de baixo carbono e na construção de um comércio global mais sustentável.
“O sequestro de carbono, que será debatido aqui, vamos mostrar que não faz parte de uma problemática, mas sim de uma solução. Temos programas aqui no Brasil, na Argentina e por toda a América do Sul”, pontuou.
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