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MS é base para projeto-piloto de rastreabilidade no Rio Grande do Sul

MS é base para projeto-piloto de rastreabilidade no Rio Grande do SulRS está selecionando 50 propriedades para projeto-piloto de rastreabilidade. Foto: CNA

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Por André Garcia

A experiência de Mato Grosso do Sul com a rastreabilidade bovina servirá de base para um projeto gaúcho que prevê o avanço da estratégia. Além de abrir caminho para a implantação do Programa Nacional de Identificação Individual de Bovinos e Búfalos (PNIB), a parceria reforça o papel do controle como passaporte da carne brasileira para mercados externos.

O Rio Grande do Sul está em processo de seleção das 50 propriedades voluntárias que irão participar do projeto-piloto, lançado durante a 48ª Expointer. As propriedades terão diferentes características de produção, como leite e corte, ciclo completo, recria e terminação. O objetivo é testar a aplicação dos brincos de identificação e a integração com o Sistema de Defesa Agropecuária (SDA) para o registro dos animais.

“O intuito é aprimorar nosso projeto-piloto e trabalhar em consonância com estados e países que estão evoluindo na rastreabilidade. Pudemos identificar que nosso projeto-piloto está alinhado com as experiências tanto do Paraguai, que já tem um processo iniciado de rastreabilidade, quanto do Mato Grosso do Sul, que também vem avançando nessa questão”, disse o secretário adjunto Márcio Madalena.

A questão pautou visita técnica à Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), em Campo Grande, realizada por uma comitiva da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi-RS), na última semana. A agenda também incluiu o Serviço Nacional de Qualidade e Saúde Animal (Senacsa), do Paraguai, para o alinhamento de estratégias em regiões de fronteira.

Política nacional

Com a iniciativa, os estados podem sair na frente com a implementação do PNIB, programa que estabelece a obrigatoriedade da rastreabilidade individual em todo o território brasileiro até 2033, com implantação gradual em quatro etapas entre 2025 e 2032. O cronograma nacional, previsto na Portaria nº 1.331/2025, foi divulgado em junho pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

A partir de 1º de janeiro de 2033, será proibida a movimentação de bovinos e búfalos que não estejam devidamente cadastrados. O plano prevê o desenvolvimento da Base Central de Dados federal, a adequação dos sistemas de defesa agropecuária dos estados e, em seguida, a identificação progressiva dos animais em manejo sanitário e em protocolos privados homologados pelo Mapa.

Vantagem competitiva

O avanço dessas políticas também reflete uma corrida global por transparência e segurança ambiental na produção de carne. O Brasil, líder nas exportações bovinas desde 2022, enfrenta pressões comerciais: enquanto a União Europeia demanda comprovação de origem livre de desmatamento, os Estados Unidos discutem a aprovação da Forest Act, que restringe a compra de produtos ligados a áreas degradadas.

Além disso, a China, principal destino das exportações brasileiras, vem dando sinais de que passará a exigir rastreabilidade do rebanho.

Tecnologia e inteligência territorial

Hoje, o modelo de defesa agropecuária de Mato Grosso do Sul está baseado em dados e inteligência territorial. Recentemente, a Agência de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) apresentou o Painel da Pecuária, que reúne informações atualizadas sobre o rebanho e orienta decisões técnicas, e o aplicativo e-Vigi@gro, que simplifica o registro das ações de vigilância sanitária.

O conjunto se completa com o Portal PIN/MS, que oferece georreferenciamento em tempo real, e o App Transportador, usado para controlar a movimentação de animais. Todos os dados convergem no Centro de Controle e Operações (CCO), onde é feito o monitoramento contínuo das ações de campo. Segundo a Iagro, o próximo passo é a incorporação de inteligência artificial e o avanço da rastreabilidade individual.

 

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