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China se rende ao café e isso pode ser bom para o Brasil

China se rende ao café e isso pode ser bom para o BrasilCafé desponta como alternativa do agro frente ao tarifaço dos EUA. Foto:Agência Brasil

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A ameaça de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros por parte de Donald Trump pode transformar a China em um mercado ainda mais vital para o café do Brasil. Com os Estados Unidos atualmente como o maior comprador do café brasileiro, a necessidade de buscar novas rotas de exportação se torna urgente, e o gigante asiático surge como uma alternativa promissora.

A China já é um mercado em ascensão para o café, com um consumo anual expressivo que ainda é maior do que o que importa do Brasil. Isso aponta para um vasto potencial de crescimento. Na última década, o consumo subiu 150% no país asiático Nos últimos sete anos, o volume exportado mais que dobrou, crescendo em média 11% ao ano desde 2018. De acordo com o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), a China importou 1,2 milhão de sacas de café do Brasil, mas seu consumo total é de 6,3 milhões de sacas.

O café brasileiro já tem uma presença estabelecida em diversos mercados globais, o que facilita sua aceitação em novos destinos. A alta qualidade e a grande escala da produção do Brasil – que responde por 40% da produção mundial de café – posicionam o País favoravelmente para atender à crescente demanda chinesa.

Além disso, a eventual reorientação de outros países produtores para o mercado americano, caso as tarifas de Trump se concretizem, poderia abrir ainda mais espaço para o Brasil em mercados consumidores em expansão, como a própria China e países da União Europeia, além de outros mercados. A Austrália, por exemplo, compra anualmente US$ 619 milhões em café, com US$ 108 milhões vindo do Brasil.

A mudança de cenário impulsionada pelas tarifas dos EUA pode acelerar o processo de diversificação das exportações de café do Brasil.

Para o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luis Rua, há espaço para ampliar a participação brasileira, porque o café tem potencial para avançar no mercado chinês.

Com o café como carro-chefe, a aposta é mostrar que o Brasil tem alternativas viáveis para manter sua relevância global no agronegócio, mesmo diante das barreiras impostas pelo presidente Trump.

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