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Tarifaço dos EUA acelera busca por mercados da laranja

Tarifaço dos EUA acelera busca por mercados da laranjaUE desaponta como principal mercado para o suco de laranja. Foto:Agência Brasil

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O tarifaço imposto pelos Estados Unidos é um desafio e tanto para o mercado do suco de laranja, que pode ter um prejuízo estimado em R$ 4,3 bilhões por safra, conforme projeções da Associação Nacional das Indústrias Exportadoras de Sucos Cítricos (CitrusBR). O setor, um dos mais impactados com as novas medidas, está entre os que as negociações em curso tentam livrar das taxas.

Os Estados Unidos representam o segundo principal destino do suco de laranja brasileiro, com 41,7% de participação na safra 2024/25. A nova tarifa de 50% vai elevar significativamente os custos e o setor admite que, a curto prazo, não há mercados com capacidade de absorver o volume adicional que antes se destinava aos EUA.

No entanto, o cenário, embora desafiador, não é o fim do mundo para a laranja brasileira, que já movimenta esforços para diversificar seus mercados e fortalecer sua posição global.

O Brasil, maior produtor e exportador mundial de suco de laranja, não está de braços cruzados. A estratégia do setor e do governo é expandir a presença em mercados emergentes, reduzindo a dependência dos destinos tradicionais.

Atualmente, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) está em negociações ativas com países como China, Coreia do Sul e Arábia Saudita para ampliar as exportações de suco de laranja. Além disso, o foco se volta para a abertura de novas frentes no Oriente Médio, Sul da Ásia e no chamado Sul Global, regiões com grande potencial de consumo.

Embora o mercado norte-americano seja considerado “insubstituível” pela CitrusBR devido ao seu volume, a diversificação é um caminho inevitável. O processo, contudo, não é simples e exige tempo. Envolve tempo de negociações, superação de barreiras culturais, adaptação a novos hábitos de consumo e, principalmente, reestruturação da infraestrutura e logística, que historicamente foram projetadas com foco no mercado dos EUA.

União Europeia é um parceiro em expansão

A União Europeia se mantém como o principal mercado para o suco de laranja brasileiro, respondendo por cerca de 52% das exportações totais e as perspectivas são ainda mais promissoras. O recente Acordo entre Mercosul e União Europeia, fruto de 25 anos de negociações, promete impulsionar significativamente a citricultura brasileira.

Este acordo prevê a redução gradual das tarifas de exportação de suco de laranja para o bloco europeu, que hoje variam entre 12,2% e 15%. A eliminação completa dessas barreiras fiscais ocorrerá ao longo de 7 a 10 anos, reforçando a competitividade do suco brasileiro na Europa e consolidando a posição do Brasil como principal fornecedor da commodity para a região.

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