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Conheça o pinhão-manso e como ele pode acabar com o pulgão-verde

Conheça o pinhão-manso e como ele pode acabar com o pulgão-verdePinhão-verde pode controlar pragas e pulgões. Foto: Marcelino Ribeiro/Embrapa

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A Jatropha curcas, espécie conhecida popularmente como pinhão-manso, mostrou bom potencial para controlar populações de pulgão-verde (Myzus persicae), em estudos realizados na Embrapa. Os cientistas registraram taxas de mortalidade média de 75% desses insetos com óleo de sementes de frutos secos. Com o óleo extraído de pinhões maduros, essa taxa ficou em 68%.

Os resultados abrem perspectivas para o desenvolvimento de bioprodutos que utilizem o pinhão-manso como matéria-prima para o controle de pragas. Os dados foram obtidos após 72 horas da aplicação em laboratório e verificou-se que os efeitos são influenciados pelo estágio de maturação do fruto, a concentração do extrato e o tempo após a aplicação.

De acordo com a pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente Jeanne Marinho Prado, a planta é amplamente encontrada em regiões tropicais e subtropicais e tem sido estudada principalmente por seu potencial para produção de biocombustíveis. Também é conhecida por suas substâncias bioativas, que podem ser tóxicas a diversos organismos, incluindo os insetos.

A cientista também explica que o óleo se encontra ainda em fase de testes em laboratório, sendo necessários outros bioensaios com o objetivo de elucidar os princípios ativos envolvidos nessa ação inseticida dos óleos.

Os danos causados pelo pulgão-verde

O pulgão-verde causa danos ao sugar a seiva e introduzir toxinas no sistema vascular das plantas. Além disso, é responsável pela transmissão de vírus e encolhimento das folhas, prejudicando o desenvolvimento das plantas. O inseto ataca diversas culturas, tais como arroz, batata, algodão, feijão, cana-de-açúcar, fumo, citros, couve e outras brássicas. Mais informações sobre o inseto em Recomendações técnicas sobre manejo de pragas em brassicáceas.

Eficácia da planta contra outras pragas

Pesquisas mostram a eficácia da planta para controle do caruncho-do-feijão, do gorgulho Sitophilus zeamais, que ataca grãos de milho, trigo, arroz e diversas frutas; de besouros, que acomete grãos, além do ácaro vermelho, inimigo de seringueiras, algodoeiros, cafeeiros, frutíferas, entre outros.

Em geral, sementes de pinhão-manso são tóxicas para humanos e animais, entretanto há trabalhos da Embrapa voltados à destoxificação da torta resultante da extração do óleo das sementes para uso na alimentação animal.

A importância dos bioprodutos

Entre os métodos utilizados para o controle de pulgões na agricultura, o químico ainda é o mais utilizado. No entanto, o seu uso intensivo – especialmente aqueles não registrados para uma determinada praga – pode selecionar indivíduos resistentes, bem como favorecer o surgimento de novas pragas, uma vez que a maioria desses produtos possui amplo espectro biológico e alto poder residual, que pode comprometer também a saúde de consumidores e profissionais envolvidos na produção.

De forma geral, os bioprodutos apresentam menor atividade residual e baixa persistência no ambiente. Entretanto, antes de ser recomendado para utilização em campo, os óleos ainda precisam ser avaliados quanto a esses aspectos e em relação à ação sobre organismos não-alvo.

Prado conta que foi realizada somente a avaliação em laboratório de pinhão-manso em pulgões, por meio da pulverização das soluções sobre as folhas de repolho. Nesse trabalho nenhuma outra espécie de praga foi avaliada e nenhum teste foi realizado em campo. Atividades que devem ficar para futuras pesquisas.

Fonte: Embrapa