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Você já ouviu falar de ferramentas de monitoramento climático?

Você já ouviu falar de ferramentas de monitoramento climático?Combinação de fogo e seca trazem grandes prejuízos. Foto: MMA

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Em setembro, o País contabilizou mais de 80 mil focos, cerca de 30% acima da média histórica, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Como uma das respostas a essas adversidades, agtechs brasileiras, em parceria com universidades, estão desenvolvendo ferramentas de inteligência artificial para prever riscos climáticos e auxiliar na tomada de decisões no agronegócio. As informações são do Globo Rural.

A Agrotools oferece monitoramento climático via satélite com alertas de incêndio. Lívia Rocha, gerente de gestão e relacionamento com cliente da empresa, explica que o diferencial da solução é que o monitoramento capta informações duas ou três vezes ao dia. Assim, ela é capaz de detectar rapidamente possíveis alterações nas áreas de interesse do cliente. A ferramenta, com inteligência artificial, analisa dados e gera relatórios precisos, agilizando a tomada de decisões. Os resultados são acessíveis por diversos canais, permitindo que produtores, bancos e cooperativas avaliem riscos climáticos.

Já a startup Bio2Me combina tecnologia e sustentabilidade para proteger o Cerrado. Além de desenvolver sensores para detectar incêndios, a empresa busca valorizar o bioma explorando economicamente espécies como baru, pequi e baunilha. Cláudio Fernandes, principal executivo da empresa explica que as queimadas são o maior inimigo da iniciativa, que atua em Cavalcante, no nordeste de Goiás. Como para o agronegócio tradicional, os focos de incêndios são um problema para as áreas de preservação.

A tecnologia ainda não foi aplicada, mas ela é a aposta para a empresa avançar na proteção da biodiversidade do Cerrado.

 “Os sensores se antecipam a qualquer sinal de incêndio, umidade e temperatura, alerta de caça e desmatamento ilegal, dentre outros”, disse Fernandes. A Bio2Me tem trabalhado no projeto em parceria com o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD) e a Associação Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii).

Secas-relâmpago

Diante da crescente preocupação com as “secas-relâmpago”, fenômenos climáticos extremos de curta duração e alta intensidade, Humberto Barbosa, da UFAL, desenvolveu um modelo computacional capaz de prever a intensidade e a duração desses eventos. A ferramenta, além de auxiliar na prevenção de incêndios, visa auxiliar regiões propensas a secas em se prepararem para esses períodos de escassez hídrica.

Um modelo de inteligência artificial prevê “secas-relâmpago” em todo o Brasil com alta precisão, alertando para a intensificação desses eventos na bacia do Rio São Francisco nas próximas décadas.

“As nossas descobertas demonstram que as secas-relâmpago serão mais extremas na bacia do Rio São Francisco. Isso impõe desafios significativos à gestão dos recursos hídricos em toda a região Nordeste, além da redução na produtividade da agricultura”, revelou o pesquisador.

De acordo com Barbosa, o algoritmo, alimentado por dados históricos, representa um avanço na inteligência artificial. A ferramenta é capaz de identificar padrões complexos em grandes conjuntos de dados, permitindo uma análise mais precisa e personalizada.