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Agro brasileiro mira a China para ampliar mercados

Agro brasileiro mira a China para ampliar mercadosEntidades apontam cenário favorável. Foto: Alan Santos/Agência Câmara de Notícias

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O Brasil enviará nesta semana sua maior comitiva do setor agropecuário à China. Cerca de 150 representantes de diferentes cadeias produtivas vão participar de agendas voltadas à abertura de mercado, aumento das exportações e negociações sobre barreiras sanitárias e tarifárias.

A missão acontece em meio à guerra comercial entre China e Estados Unidos, o que abre oportunidades para o agro brasileiro. De acordo com publicação do Globo Rural, a delegação contará com representantes de pelo menos nove segmentos, entre eles carnes, milho, frutas, algodão e biotecnologia.

“A guerra tarifária dá alento para setores que, eventualmente, não estivessem tão organizados para estar na China. É muito importante esse movimento de o Brasil mostrar para a China que somos parceiros, que estamos aqui se eles precisarem”, afirmou o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Luis Rua.

A programação inclui eventos organizados por associações brasileiras com importadores chineses, visitas ao interior da China e a inauguração de um escritório conjunto de exportadores de carnes em Pequim. A expectativa é ampliar vendas e entender melhor o comportamento do consumidor local.

Aproveitando o cenário internacional

Entidades públicas e privadas veem o atual cenário como favorável para o Brasil fortalecer relações comerciais com a China.

“Hoje está claro e latente que as tarifas colocadas de parte a parte inviabilizam qualquer produto norte-americano na China. Os setores brasileiros entendem que é hora de se aproximar mais e que esta é uma janela de oportunidade para novos produtos”, acrescentou Rua.

A ABPA e a Abiec irão inaugurar um escritório em Pequim. Já os frigoríficos de carnes de aves e suínos buscarão ocupar espaços deixados pelos EUA. Empresas de carne bovina querem avançar sobre mercados no interior chinês.

No setor de frutas, o foco é destravar embarques de melão e uva, que já têm autorização para exportação. “O correto posicionamento do nosso produto é fundamental para a continuidade da relação comercial. Temos todas as condições de competir muito bem, desde que a gente entenda a necessidade deles e os atenda”, afirmou Jorge de Souza, da Abrafrutas.

A missão foi planejada antes da confirmação da nova candidatura de Donald Trump, mas a escalada da guerra comercial com Pequim trouxe um novo impulso. Os EUA são os principais fornecedores de uvas à China, especialmente nos meses frios, entre dezembro e maio.

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