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Produtor de pluma brasileira tem motivos para comemorar o Dia Mundial do Algodão

Produtor de pluma brasileira tem motivos para comemorar o Dia Mundial do Algodão

Plantio de algodão da safra 2021/22 atinge 35% da área estimada, diz Abrapa
No Dia Mundial do Algodão, setor celebra posição de destaque da pluma brasileira
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Com projeção de alta em área de plantio do algodão em Mato Grosso na casa dos 13%, e com preços atingindo níveis recordes com demanda aquecida pela fibra, é preciso dar início às comemorações nesta quarta-feira, 6/10, ao Dia Mundial do Algodão, celebrado no dia 7.

Como é sabido, o Brasil já é o segundo maior exportador mundial de algodão e o maior fornecedor de fibra responsável (better cotton) do planeta. E o Mato Grosso, o maior produtor do produto no país. Mas a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) planeja tornar o Brasil o maior exportador mundial de algodão até 2030.

Mas nem tudo são flores nesta data. Um dos principais concorrentes do algodão é a fibra sintética, que tem conquistado espaço no mercado. Há 10 anos, o algodão representava 57% do total de fibras utilizadas pela indústria têxtil nacional. Hoje, representa 46%.

“O avanço no consumo de sintéticos poderia ter sido ainda maior, não fosse uma iniciativa inédita no país de união de toda a cadeia setorial, sob liderança da Abrapa: o Movimento Sou de Algodão. Lançado há quase cinco anos, o Sou de Algodão chega em agosto de 2021 com nada menos do que 650 marcas parceiras”, afirmou o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão, Júlio Cézar Busato, à “Revista Globo Rural”.

Busato explica que o movimento é inspirado na bem-sucedida experiência americana Cotton Incorporated, que conseguiu ampliar o consumo médio de algodão nos Estados Unidos de 35%, na década de 70, para mais de 60% hoje em dia. Com pesados investimentos em comunicação e promoção, diz, o projeto realizou ações impactantes e engajadoras, transformando o algodão na fibra preferida dos americanos.

Outro gargalo que o setor enfrenta atualmente é a escassez de contêineres. O obstáculo logístico global vem se refletindo no atraso dos embarques da pluma e a previsão é de agravamento da situação.

“A situação está complicada e não vemos solução no curto ou médio prazo. A consequência, para o nosso negócio, é o ritmo mais lento de exportação que vamos observar nos próximos meses”, avaliou o economista e consultor de logística Luiz Antonio Pagot, da Associação Mato Grossense dos Produtores de Algodão (AMPA), em live no dia 23 de setembro.

Pagot lembrou que o quadro atual é resultado de questões conjunturais, como problemas no Canal de Suez e nos portos asiáticos e a priorização de embarques para o Hemisfério Norte.

“Nos últimos 120 dias, os armadores começaram a fazer um enxugamento de contêineres na América do Sul e direcionando para a China, tendo em vista o extraordinário preço que alcançou o frete”, relatou.

Em meados de setembro, o frete do contêiner da China para os Estados Unidos, que custa normalmente US$ 2 mil, chegou a U$ 26 mil, influenciado pelas grandes compras americanas para o Natal. “Vamos intensificar as ações e trabalhar com o governo para estabelecermos um plano de contingência. Sabemos que há uma crise mundial, mas temos a consciência de que estão privilegiando outros mercados”, ressaltou Pagot.

Tecnologia

Um dos motivos de orgulho do setor é o uso de avançadas tecnologias. O algodão brasileiro conta com 20 anos de constante pesquisa e investimento na mais alta tecnologia. Veja abaixo as principais inovações:

  • Utilização de maquinário de alta tecnologia para semeadura, aplicações, monitoramento e colheita, resultando em algodão livre de contaminação;
  • Utilização de sementes certificadas por protocolos tecnológicos internacionais e nacionais
  • Melhoramento genético constante;
  • Utilização de sistema de plantio direto, reduzindo a necessidade de máquinas e conservando a fertilidade e saúde do solo;
  • Manejo integrado de pragas e doenças com sinergia entre as categorias de controle cultural, comportamental, genético, biológico e químico inteligente;
  • Instalação de biofábricas nas próprias fazendas produtoras, denominadas On Farm;
  • Tecnologia de aplicação de fertilizantes e defensivos em taxa variável através de soluções em agricultura de precisão;
  • Pulverização aérea utilizando ferramentas gerenciais que permitem proteção aos ecossistemas, colmeias de abelhas, outras culturas agrícolas vizinhas, cidades, rios e lagos;
  • Maquinário de descaroçamento precisamente regulado para manutenção das características intrínsecas de qualidade da fibra;
  • Práticas de sustentabilidade por aplicativos e ferramentas gerenciais visando melhor tomadas de decisão.

Fonte: Própria, Abrapa e Cotton Brazil