HomeEconomia

EUA propõem Lei Florestal que pode barrar exportações do Brasil por desmatamento

EUA propõem Lei Florestal que pode barrar exportações do Brasil por desmatamento

Desmatamento na Amazônia bate recorde no primeiro trimestre de 22
Locomotiva do agro, Mato Grosso precisa descuidar de seus indígenas?
Você sabe o que são rios voadores e o que eles têm a ver com a agricultura?

A BBC Brasil revelou nesta quinta-feira, 7/10, que o Congresso dos Estados Unidos submeterá à apreciação legislativa um projeto, batizado de Forest Act 2021, ou Lei Florestal 2021, que pode complicar a vida do pecuarista mato-grossense, caso seja aprovado.

A ideia é barrar a importação pelos EUA de itens como soja, cacau, gado, borracha, óleo de palma, madeira e seus derivados de países com índices altos de desmatamento florestal se o produtor rural e o importador americano não comprovarem que as origens desses produtos – e toda sua cadeia produtiva – passaram ao largo de áreas ilegalmente desmatadas, diz o site.

O projeto de autoria democrata ainda precisa passar por votação, mas a previsão é de trâmite sem sobressaltos até novembro de 2022, uma vez que os republicanos, enquanto produtores rurais, têm interesses econômicos na legislação.

O Brasil é citado no projeto de lei. “Em 2020, os EUA importaram carnes e couros bovinos processados avaliados em mais de US$ 500 milhões do Brasil. Ali, a pecuária é o maior impulsionador do desmatamento na Floresta Amazônica e outros biomas, e 95% de todo o desmatamento feriam a lei”, escrevem os autores democratas Brian Schatz e Earl Blumenauer.

“A aprovação da lei vai ser uma oportunidade para o Brasil (mudar), já que até agora o país está tratando com deboche seus compromissos ambientais. O atual governo tem agido de forma descuidada em relação ao desmatamento, não tem sido particularmente sensível aos direitos dos povos indígenas. Isso fere os interesses do Brasil”, afirmou Blumenauer à BBC Brasil.

Uma das prioridades da gestão do presidente Joe Biden é combater o desmatamento no mundo. O democrata fez os EUA voltarem ao Acordo de Paris como forma de retomar o protagonismo americano no combate às mudanças climáticas.

Segundo a BBC Brasil, a proposta de lei contempla dois aspectos. Por um lado, deixa aberta a possibilidade de que países com desmatamento persistente sofram ações diretas da presidência – o que poderia incluir sanções. Por outro, preveem a criação de um fundo pelos EUA para financiar a conservação dos biomas em territórios alheios.

Europa

O mesmo está em curso na União Europeia, conforme informa o jornal “Valor Econômico”. O bloco deve anunciar em novembro proposta para exigir de seus importadores de carne bovina, soja, café, cacau, madeira e óleo de palma que se certifiquem que essas seis commodities são provenientes de terras que não foram desmatadas ilegalmente ou contribuíram para a degradação de solos depois de 1º de janeiro de 2021.

De acordo com o jornal, a proposta elaborada pela Comissão Europeia vai ser encaminhada ao Conselho Europeu, que reúne os líderes dos 27 países-membros, e ao Parlamento Europeu. O texto deverá ser examinado quando a França estiver na presidência da UE, no primeiro semestre do ano que vem. Os franceses estão entre os que mais pressionam por mais regras ambientais no acordo comercial UE-Mercosul, por causa de desmatamento na Amazônia, acrescenta o “Valor”.

Fonte: BBC Brasil