A Amazônia e o Cerrado vão contar, a partir de 2026, com uma nova ferramenta para reforçar o monitoramento ambiental e o combate aos impactos das mudanças climáticas. Um projeto liderado pela Universidade de Brasília (UnB) prevê o uso de sensores terrestres e de um satélite próprio, chamado Perceive, para acompanhar as transformações nos dois biomas.
O objetivo do projeto é mapear áreas críticas, identificar riscos e gerar dados que ajudem na criação de políticas públicas voltadas à conservação ambiental, especialmente em regiões ameaçadas por ações humanas e pelas mudanças no clima.
O sistema de monitoramento será integrado à plataforma Perception, que deve ser entregue ainda em 2025. Essa plataforma vai reunir dados coletados por sensores e pelo satélite, cruzando informações com o uso de inteligência artificial e análise preditiva, para alertar sobre alterações relevantes no ambiente em tempo real.
“Um dos nossos principais objetivos é fortalecer o monitoramento ambiental via satélite para combater os efeitos do aquecimento global”, explica o professor Renato Borges, da UnB, que é membro do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE).
Além do foco ambiental, o projeto também poderá ser útil para monitoramento de fronteiras agrícolas. Segundo os coordenadores, já há interesse de empresas em firmar parcerias para ampliar as aplicações da tecnologia.
O satélite Perceive está previsto para ser lançado no final de 2026 e contará com a colaboração internacional da Universidade de Vigo (Espanha) e da empresa Alén Space. O projeto também recebeu investimento de R$ 1,5 milhão da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF).
A expectativa é que, com essa tecnologia, seja possível reforçar o monitoramento ambiental de forma mais precisa, contribuindo com medidas de prevenção e preservação dos dois biomas mais afetados pela pressão do desmatamento, queimadas e avanço da fronteira agrícola no país.