Cerca de 40 mil empregos no setor agropecuário brasileiro devem ser cortados como consequência direta do tarifaço de 50% anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A perda pode chegar a 110 mil postos de trabalho, atingindo também o comércio (-40 mil) e a indústria (-26 mil).
A projeção é da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que calculou o impacto das novas tarifas caso entrem mesmo em vigor em 1º de agosto. A medida pode atingir diretamente municípios do Centro-Oeste, Norte e Sul, onde o agro tem grande peso na geração de emprego e renda e que dependem das exportações dos produtos para os EUA.
As exportações de carne, suco de laranja, café e madeira podem ser duramente atingidas, já que representam parte expressiva do comércio como os norte-americanos.
O estudo mostra ainda que as tarifas devem reduzir o valor exportado pelo Brasil em US$ 2,1 bilhões e essa guerra comercial pode encolher o PIB do Brasil em 0,16%, o que equivale a menos R$ 19,2 bilhões.
“Os números mostram que esta política é um perde-perde para todos. É do interesse de todos avançar nas negociações e sensibilizar o governo americano da complementariedade das nossas relações. A racionalidade deve prevalecer”, avalia o presidente da CNI, Ricardo Alban.
Os dados apresentados pela CNI se basearam em fontes oficiais e estudos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, e da Universidade Federal de Minas Gerais.
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