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Fazenda Pantaneira Sustentável receberá R$ 20 mi em investimentos

Fazenda Pantaneira Sustentável receberá R$ 20 mi em investimentosProjeto quer alcançar os 400 mil hectares monitorados. Foto: Raquel Brunelli/Embrapa

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Por André Garcia

Mais de R$ 20 milhões serão investidos na Fazenda Pantaneira Sustentável (FPS), plataforma que monitora indicadores ambientais e produtivos nas propriedades do bioma. Os recursos, anunciados nesta quarta-feira (12) na COP30, em Belém (PA), abrem caminho para a expansão do programa em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Desenvolvido em parceria pela Embrapa Pantanal e por diversas instituições, como Famato, Senar MT e Imea, o programa tem como meta os 2 milhões de hectares até 2030, consolidando o Pantanal como referência internacional em pecuária de baixo carbono e gestão territorial baseada em ciência.

“Com a FPS é possível gerar renda, conservar e planejar um futuro seguro para a região. Prova disso é que, em cinco anos de projeto-piloto, a idade do primeiro parto das vacas caiu de 34 para 28 meses e a taxa de prenhez subiu de 41% para 70,9%”, afirma Vilmondes Tomain, presidente do Sistema Famato.

Diante dos resultados, a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso vai aplicar cerca de R$ 3,5 milhões em pesquisa voltada ao melhoramento e manejo de pastagens nativas. Já, o Senar MT disponibilizará até R$ 16 milhões em capacitação, assistência técnica e monitoramento até 2030.

A Coalizão Pontes Pantaneiras atuará na governança e no monitoramento da biodiversidade, além de captar recursos privados. The Pew Charitable Trusts já trabalha para angariar pelo menos US$ 1 milhão nos próximos dois anos, para acelerar a expansão da iniciativa no bioma.

Resultados em campo

A ferramenta funciona como uma base de gestão para o produtor, com informações consolidadas sobre uso das pastagens, desempenho do rebanho e impactos socioambientais, além de integrar soluções digitais, sensoriamento remoto e protocolos de verificação em campo.

O piloto conduzido em Mato Grosso já mostrou avanços. Como explicou o presidente do Sistema Famato, em cinco anos, a idade do primeiro parto caiu de 34 para 28 meses e a taxa de prenhez passou de 41 por cento para 70,9 por cento. Em 2025, o programa será ampliado para 80 novas propriedades em seis municípios pantaneiros, somando cerca de 400 mil hectares monitorados.

No Mato Grosso do Sul, a expansão começou neste ano, com oito fazendas que totalizam 110 mil hectares aderindo ao protocolo. A articulação foi liderada pela Coalizão Pontes Pantaneiras, que reúne instituições de pesquisa, organizações internacionais e produtores locais.

A rede deve atuar como base de demonstração para comprovar, na prática, os benefícios de uma pecuária que une produtividade, manejo de pastagens nativas e conservação do bioma.

Clima, produção e certificação

A adoção do FPS fortalece a resiliência climática do Pantanal ao incentivar práticas como manutenção de pastagens nativas, manejo do regime hídrico e prevenção de incêndios. Ao reduzir a pressão pela abertura de novas áreas, o programa contribui diretamente para evitar emissões associadas ao desmatamento.

De acordo com a Embrapa, a plataforma avança também para um sistema próprio de certificação, que oferecerá um selo baseado em ciência para produtos compatíveis com a conservação do bioma e com as exigências de mercados que cobram sustentabilidade e rastreabilidade.

 

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