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MT sanciona política de rastreabilidade

MT sanciona política de rastreabilidadeEstratégia mira novos mercados e previsibilidade ao produtor. Foto: Divulgação/Imac

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Por André Garcia

Mato Grosso deu um passo decisivo para o futuro da pecuária e sancionou, nesta quarta-feira, 17/12, a política estadual de sustentabilidade que institui o Passaporte Verde, programa que vai estruturar o monitoramento socioambiental e a rastreabilidade do rebanho de forma gradual a partir de 2026.

A norma, sancionada pelo governador Mauro Mendes, cria um caminho oficial para comprovar que a carne produzida no estado está alinhada ao Código Florestal e às exigências ambientais de compradores nacionais e internacionais. É o que destaca o presidente do Instituto Mato-grossense da Carne (Imac), Caio Penido.

“É uma resposta estratégica às crescentes cobranças por transparência, sustentabilidade e responsabilidade socioambiental na produção de alimentos. Mato Grosso lidera o ranking nacional de exportações de carne bovina, conserva mais de 60% de seu território e busca, com a nova política, garantir e ampliar o acesso a mercados”, avalia.

Na prática, ficam estabelecidos critérios para comprovar a biodiversidade dentro das fazendas, estimular o aumento de produtividade e implementar – de forma segura – um sistema de rastreabilidade socioambiental. Tudo isso, acompanhando os prazos do Plano Nacional de Identificação de Bovinos (PNIB).

Transição gradual

A proposta prevê uma transição gradual, com integração de bases de dados sanitários e ambientais, permitindo que, a partir de 2033, seja possível acompanhar os animais do nascimento ao abate. Além disso, considera a realidade dos pequenos produtores, que terão tempo, orientação técnica e instrumentos para se adequar ao sistema.

De acordo com secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, César Miranda, Passaporte não trata apenas de atender exigências internacionais, mas uma estratégia de longo prazo para garantir competitividade, abrir mercados e valorizar o trabalho de quem produz dentro da legalidade.

“Ele cria condições para que propriedades grandes, médias e pequenas possam se adequar, com apoio técnico, orientação e ferramentas modernas de monitoramento socioambiental. Isso democratiza o acesso aos mercados mais exigentes e coloca todos os produtores em igualdade de oportunidades”, pontua.

O Passaporte

Entre os benefícios estão o acesso facilitado ao crédito rural, o apoio técnico para adequação às normas ambientais e a abertura  de novos mercados, inclusive no segmento de carbono. O modelo ainda possibilita o uso de ferramentas digitais para acompanhar os animais desde o nascimento até o abate.

Sem caráter fiscalizatório, a lei pretende comprovar os diferenciais competitivos da carne de Mato Grosso e preparar a cadeia para qualquer restrição socioambiental futura. “Com bom senso e alinhamento entre todos os elos da cadeia, pretendemos mostrar que não existe carne mais sustentável no mundo do que a carne de Mato Grosso”, finaliza Penido.

 

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