HomeCOP30

MT inaugura programa nacional de rastreabilidade no agro

MT inaugura programa nacional de rastreabilidade no agroLançamento do programa ocorreu na AgriZone. Foto: Vinicius Braga

Acordo internacional beneficia produtor com boas práticas
Câmara aprova MP que autoriza mercado de crédito de carbono na gestão florestal
Brasil quer compromisso ambiental com crescimento agrícola, diz Fávaro

Por André Garcia

Mato Grosso será o primeiro estado a executar o  Programa Nacional de Rastreabilidade Voluntária (PNRV), iniciativa que monitora em tempo real toda a cadeia produtiva e logística do agronegócio brasileiro. O sistema foi lançado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) na COP30, em Belém (PA).

No estado, será feio o rastreamento de  granéis vegetais destinados à exportação pelos portos do Rio de Janeiro e Santos e a Operadora Logística Rumo, que tem mais de 13 mil quilômetros de ferrovias e atua nos principais portos do país. As parcerias abrem caminho para a expansão do sistema a todas as cadeias agropecuárias.

De acordo com o MAPA, embora o foco inicial seja a cadeia de fertilizantes, o programa está aberto para outros setores. A parti dele, produtores, cooperativas e empresas terão prioridade em linhas de financiamento e crédito rural, com juros reduzidos e acesso facilitado, em parceria com bancos públicos e privados.

“O PNRV é a principal ferramenta estratégica para ampliar a segurança, a eficiência e a competitividade do agro brasileiro”, afirma o secretário-executivo do Ministério, Irajá Lacerda, ao destacar que o programa foi construído em conjunto com o setor e que inova por não ser obrigatório.

Estratégia de mercado

O programa também cria um novo modelo de valorização econômica.  A rastreabilidade, segundo o Ministério, será reconhecida por meio de  selos de sustentabilidade e conformidade, capazes de agregar valor à produção brasileira e fortalecer a presença dos produtos brasileiros em mercados internacionais.

Organismos internacionais, como a FAO, têm reiterado que sistemas robustos de rastreabilidade são fundamentais para assegurar transparência, reduzir riscos sanitários e ampliar a confiança do consumidor. Neste cenário, o sistema mostra a capacidade do Brasil de atrair parcerias e intensificar a cooperação com outros países.
“Alcançamos a marca de 500 novos mercados para produtos agropecuários, porque já tínhamos esse processo em andamento, o que traz credibilidade para as cadeias produtivas”, afirmou o secretário de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo do MAPA, Marcelo Fiadeiro.
Agilidade

O programa marca uma nova etapa na digitalização e na transparência do setor, com o uso de tecnologias de Internet das Coisas (IoT), integradas ao padrão público de rastreabilidade Brasil-ID. A verificação dos produtos, do campo às prateleiras, fortalece a confiança dos consumidores e parceiros comerciais.

Outra vantagem esperada é a redução do tempo de liberação aduaneira nos portos, eliminando as filas nos pontos de checagem. Isso garante alimentos mais saudáveis para milhões de famílias, inibição do roubo e o desvio de cargas, além de diminuir o custo Brasil.

LEIA MAIS:

COP30: quatro caminhos para uma pecuária mais resiliente

COP30: financiamento à pecuária que conserva é urgente

Bioeconomia avança na COP30 e traz oportunidades ao agro

COP30: Exploração sustentável da Amazônia pode gerar R$ 40 bi ao PIB

COP30: Nestlé firma acordo para acelerar agricultura regenerativa

Agrizone mostra na COP30 que agro sustentável já está em campo

Como o Brasil quer recuperar 40 milhões de hectares degradados

Brasil pode reduzir até 92,6% das emissões da carne até 2050

Fazenda Pantaneira Sustentável receberá R$ 20 mi em investimentos