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Amazônia tem maior número de queimadas para o junho em 16 anos

Amazônia tem maior número de queimadas para o junho em 16 anosCerca de 3,5 mil incêndios foram registrados no bioma. Foto: Wikimedia Commons

1º bimestre do ano tem menor desmatamento dos últimos 6 anos
MT tem 62% da área dos alertas de desmatamento fiscalizadas
MT é o Estado que mais fiscaliza alertas de desmatamento, diz MapBiomas

Antes mesmo de fechar o sexto mês de 2023, foram detectados 2.911 focos de queimadas na Amazônia até sexta-feira, 30/6. A marca é a maior dos últimos 16 anos, só perdendo para junho de 2007, quando foram registradas 3.519 queimadas, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Em todo ano, já foram registrados 8.180 pontos de fogo no bioma. As informações são do site o eco. 

Junho é considerado, de acordo com site o segundo mês da estação seca na floresta tropical brasileira. Historicamente, apresenta números relativamente baixos de queimadas. Os meses de maior estiagem – e mais fogo – são os de  julho, agosto, setembro e outubro.

O alerta vermelho também está acesso para o Mato Grosso, que além de fazer parte da Amazônia Legal concentra o Cerrado e Pantanal. O Estado concentrou o maior número de queimadas no mês de junho, com 65% do total (cerca de 1.890 focos).

Desmatamento teve queda importante

A boa notícia, como antecipamos no Gigante 163, foi a queda do desmatamento em 39% em relação ao mesmo período de 2022. taxa do primeiro semestre de 2023 só ficou acima das marcas de 2017 e 2018. Nesses anos, os alertas de desmatamento totalizaram 1.332 km² e 2.213 km², respectivamente.

Além da perda de capacidade de regular o clima global, o desmatamento amazônico afeta os regimes pluviométrico e hidrológico de outras regiões brasileiras. De cada 100 árvores derrubadas no bioma, outras 22 morrem por falta de água que deixa de ser transportada pelos “rios voadores” – correntes de umidade levadas pelo ar. É o que aponta um estudo do Climate Policy Initiative/PUC-Rio que O Globo divulgou.

Cerca de metade da chuva na Amazônia é reciclada na própria floresta, antes de retornar ao oceano. Os “rios voadores” garantem o aumento de chuvas no Centro-Oeste e no Sul, permitindo a manutenção de rios e a irrigação de campos e plantações. Mas, com menos árvores, há menos chuvas e menos recursos hídricos.