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Calor intensifica queimadas no Pantanal e situação é de emergência

Calor intensifica queimadas no Pantanal e situação é de emergênciaForam 2.387 focos registrados pelo INPE no bioma em 13 dias de novembro. Mayke Toscano/Secom-MT

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O Pantanal pega fogo. Com calor extremo e sem chuvas, o bioma já registra, em apenas 13 dias de novembro, o maior número de queimadas para o mês desde o início do monitoramento, há 25 anos. Foram 2.387 focos registrados pelo INPE até a segunda-feira, 13. Do total de hectares destruídos pelo fogo no bioma no ano, mais da metade foi registrada somente neste mês, detalha o Bom Dia Brasil.

A devastação fez com que os governos do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul decretassem situação de emergência, informam Folha e Estadão. No Mato Grosso do Sul, o decreto, com duração inicial de 90 dias, vale para os municípios de Corumbá, Ladário, Miranda, Aquidauana e Porto Murtinho. Já no Mato Grosso, a emergência vale para todo o estado, e por pelo menos 60 dias.

O Governo de Mato Grosso anunciou no plano de trabalho integrado com o Governo Federal, que, além de ampliar o efetivo na região, com mais brigadistas, aeronaves e embarcações, maquinários apreendidos pelo Governo do Estado serão empregados nas ações em campo para a preservação da fauna e flora do bioma. Também entrará em operação o Posto de Atendimento a Animais Silvestres (PAEAS) Pantanal.

A temporada de fogo no Pantanal tem sido cruel. Segundo o g1, até novembro, 947.025 hectares do bioma entre Mato Grosso do Sul e Mato Grosso foram consumidos pelas chamas. A área devastada é equivalente a quase oito vezes o tamanho da cidade do Rio de Janeiro.

A situação dramática na região, como mostram imagens do MetSul, fez o governo federal convocar uma reunião de emergência para montar estratégias de combate ao fogo, segundo o Correio Braziliense. Na quarta-feira, 15/11, o presidente do IBAMA, Rodrigo Agostinho, deslocou-se para Cuiabá para acompanhar o cenário.

Na seguda-feira, 13/11, os ministros Marina Silva (Meio Ambiente), Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais) reuniram-se para organizar planos. O encontro, segundo Ricardo Noblat, do Metrópoles, ocorreu após um “pito” do presidente Lula, que reclamou da lentidão em tomar medidas efetivas contra o fogo e o calor extremo que assola o país.

A oitava e mais forte onda de calor deste ano, que começou no dia 8, contribuiu para aumentar substancialmente os focos de incêndio neste mês. Desde o início do fenômeno até terça-feira, 14/11, houve 6.395 eventos de fogo, 74% mais que o registrado em igual semana de 2022 e 307% maior que o visto em 2021. Das dez maiores ocorrências, oito estão no Pantanal, explica O Globo.