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COP27: Gigantes do setor de alimentos apresentam roteiro agrícola para reduzir emissões

COP27: Gigantes do setor de alimentos apresentam roteiro agrícola para reduzir emissõesMeta é acabar com desmatamento na produção de soja até 2025. Foto: Secom-MT

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Foi lançado na segunda-feira, 7/11,  na COP27 um “Roteiro do Setor Agrícola 1,5°C” – compromisso firmado por 14 grandes empresas de alimentos para reduzir as emissões a partir da mudança do uso da terra em suas operações.

Estão comprometidas com o roteiro a ADM, Amaggi, Bunge, Cargill, COFCO International, Golden Agri-Resources, JBS, Louis Dreyfus Company, Marfrig, Musim Mas, Olam International, Olam Food Ingredients (OFI), Viterra e Wilmar International.

Segundo o CEO Global da JBS, Gilberto Tomazoni, o roteiro une ação efetiva em relação a duas emergências que a humanidade enfrenta: as mudanças climáticas e o aumento da produção necessário para garantir a segurança alimentar do planeta, pelo crescimento da população.

Nesse sentido, o roteiro traz três pilares para redução das emissões a partir da mudança do uso da terra:

  1. Acelerar a ação da cadeia de fornecedores para reduzir as emissões a partir da mudança do uso da terra: é de responsabilidade das empresas signatárias estruturar planos transparentes de ações para acabar com a perda florestal e converter fornecedores, reportando anualmente seu progresso nesse sentido de forma pública;
  2. Impulsionar a transformação de commodities: as empresas vão investir em iniciativas para transformar as práticas de uso da terra, incentivando seu uso de forma sustentável;
  3. Apoiar uma transformação positiva do setor de florestas: por meio de diálogos e colaboração com governos e outros atores da cadeia de valor e setor financeiro as empresas integrarão melhores práticas e alinharão responsabilidades para entregar impactos positivos em relação às florestas.

Pecuária sustentável

Com relação a pecuária,  o roteiro afirma que a transição para a sustentabilidade e a redução do desmatamento exigem uma transformação nos mercados interno e externo, o que vai exigir apoio da inciativa privada e ações de políticas governamentais. Com isso, as metas são:

  • Para Amazônia: prazo de 2023 para o fim do desmatamento legal e ilegal para fornecedores diretos e 2025 para fornecedores indiretos;
  • Cerrado: prazo de 2025 para acabar com o desmatamento ilegal por fornecedores diretos e indiretos;
  • Outros biomas do Brasil: as datas-alvo ainda serão definidas, dependendo do desenvolvimento dos sistemas de monitoramento necessários.

Soja

O “Roteiro do Setor Agrícola 1,5°C” estabelece como meta colocar fim, até 2025,  ao desmatamento causado pela produções de soja na Amazônia e no Cerrado, protegendo também os ecossistemas não florestais em conformidade com a legislação local pertinente.

“Para se ter ideia do tamanho do desafio, entre 2013 e 2021, com base nos dados da Agrosatélite, um total de 114 milhões de toneladas de CO2 foram emitidas pelo desmatamento da vegetação nativa no bioma Cerrado em função do cultivo da soja. A implementação do roadmap proposto tem potencial para evitar 75% dessas emissões”,  de acordo com reportagem da Exame.