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Em quatro meses, MT desmatou mais de 2 mil hectares no Pantanal

Em quatro meses, MT desmatou mais de 2 mil hectares no PantanalRastro de destruição no Pantanal. Foto: Wikimedia Commons

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Como mostramos no Gigante 163, o Mato Grosso ocupou no primeiro semestre de 2023 o segundo lugar em queimadas de florestas no país, de acordo com levantamento do MapBiomas. Um recorte de um de seus biomas mais expressivos é preocupante. O Estado desmatou 2.329 hectares do Pantanal nos quatro primeiros meses deste ano, resultando em 274 alertas de desmatamento.

Em quatro anos foram mais de 9,5 mil hectares de floresta derrubada, sendo 120 mil hectares em todo território do Pantanal, alcançando índice recorde, de acordo com reportagem do G1.

Em comparação com o mesmo período do ano passado, houve um aumento de 61,3% no desmatamento do Pantanal, totalizando 2.324 hectares destruídos. Durante todo o ano de 2022, foram desmatados 4.392 hectares do bioma.

O Instituto SOS Pantanal aponta que a degradação é resultado de uma legislação pouco efetiva, permitindo até 60% de substituição da vegetação original para atividades de cultivo e pecuária. Isso destaca a importância de implementar medidas mais eficazes para proteger o bioma e conter o desmatamento.

“O desmatamento no Pantanal está crescendo muito e não vemos sinal algum de diminuição pela frente. Boa parte desse desmate feito é com autorização dos órgãos ambientais, graças a uma legislação super permissiva”, explicou o biólogo e diretor de comunicação do SOS Pantanal, Gustavo Figueirôa, ao g1.

El Niño preocupa

Os impactos do El Ninõ também chamam atenção dos especialistas, uma vez que o fenômeno altera a distribuição da temperatura da superfície da água do Oceano Pacífico e provoca alterações no clima entre os meses de agosto e setembro.

 “Uma vez que é impossível frear o El Niño, o que nos resta é mitigar os efeitos desse impacto adicional, principalmente os incêndios florestais. Estamos fazendo uma rodada de reciclagem, renovando materiais e fortalecendo as equipes para que elas estejam prontas para um eventual combate, concluiu Figueirôa.