O Brasil tem o potencial de converter 159 milhões de hectares de pastagens em áreas de produção intensiva, por meio do Sistema Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). A afirmação foi feita pelo presidente-executivo da Rede ILPF, Francisco Matturro, durante o Congresso Brasileiro de Fertilizantes.
Segundo ele, o Brasil tem 58 milhões de hectares de pastagens de boa qualidade, ou seja, estão aptos a receber sistemas integrados; 66 milhões de hectares de pastagens com qualidade intermediária; e 35 milhões de hectares com nível severo de degradação.
Atualmente, o ILPF é usado em cerca de 17,4 milhões de hectares no País. Para Matturro, a técnica significa a emancipação do produtor.
“De que forma? Porque tem uma renda de curto prazo, que são as lavouras de grãos e cereais. Tem o gado no médio prazo e o componente florestal no longo prazo”, ressalta.
Benefícios econômicos e ambientais
A ILPF é uma estratégia que combina agricultura, pecuária e silvicultura em uma mesma área. O sistema intensifica o uso da terra de forma sustentável, protege o solo, reduz custos com insumos e aumenta a produtividade. Ao mesmo tempo, ele se mostra ambientalmente correto, com baixa emissão de gases de efeito estufa e capacidade de sequestrar carbono, tornando a atividade mais resiliente às mudanças climáticas.
A prática é adaptável a todos os biomas brasileiros e pode ser aplicada em propriedades de diferentes tamanhos. O sistema contempla culturas como soja, milho e algodão, pecuária bovina e o plantio de florestas, como o eucalipto.
A Rede ILPF, uma parceria público-privada que inclui a Embrapa, a cooperativa Cocamar e empresas como Bradesco, John Deere e Suzano, promove a expansão do sistema desde 2006.