Entrou em vigor nesta quarta-feira, 6/8, a nova tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre diversos produtos brasileiros. A medida, anunciada pelo presidente Donald Trump, acrescenta 40 pontos percentuais à alíquota de 10% já existente. A decisão atinge cerca de 35,9% das exportações brasileiras para o país, o que representou cerca de US$ 14,5 bilhões em 2024.
Diante do “tarifaço”, nesta quarta-feira, o governo brasileiro acionou os Estados Unidos na Organização Mundial do Comércio (OMC). Embora não espere resultados imediatos, o governo considera a ação um importante posicionamento geopolítico.
Ao mesmo tempo o governo Lula tem intensificado a busca por novos mercados para os produtos nacionais e que a nova tarifa pode impactar na redução de preços no mercado interno.
A sobretaxa afeta uma longa lista de produtos, mas inclui exceções como suco de laranja, aeronaves, petróleo, veículos, fertilizantes e produtos energéticos. No entanto, importantes itens da pauta de exportação brasileira, como café e carne, estão entre os mais atingidos, gerando preocupações para os setores.
- Café: O Brasil exportou quase US$ 2 bilhões em café para os EUA em 2024. O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) prevê um impacto direto nos preços.
- Carne: Os Estados Unidos são o segundo maior destino da carne bovina brasileira. A Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) e a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) estimam que o mercado pode perder até US$ 1 bilhão em receita com a venda de carne bovina, e empresas como a Minerva podem ter uma redução de até 5% na receita líquida.
- Frutas: A Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas) alertou para “graves impactos” na competitividade de mangas, uvas e açaí, que representam 90% do total exportado para o país.