No Mato Grosso do Sul, 15 barragens foram classificadas com alto risco de rompimento, segundo relatório da Agência Nacional de Águas (ANA). Cidades como Campo Grande, Sidrolândia, Dourados e Corumbá estão na lista de maior alerta. As falhas de conservação e a falta de requisitos de segurança aumentam a preocupação, exigindo mais fiscalização para evitar tragédias como o rompimento em Jaraguari, em 2023.
Hoje o estado tem 2.690 barragens cadastradas no Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens (SNISB), sendo 223 novas incluídas em 2025. Dessas, 15 têm risco estrutural alto por não atenderem à Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB).
Entre as 15 estruturas com risco elevado, 14 têm potencial de causar danos altos ou médios, ameaçando vidas, o meio ambiente e serviços essenciais. Apenas uma, em Rio Brilhante, foi considerada de baixo potencial de dano. As cidades com mais barragens nessa situação são Sidrolândia (3 barragens), Campo Grande (2), Dourados (1), Corumbá (1), Rio Brilhante (4), Bela Vista, Água Clara, Bandeirantes e Ribas do Rio Pardo.
Em Campo Grande, as barragens de risco são o Lago do Amor e uma da Incorporadora Atlântico. A de Corumbá é fiscalizada pela Agência Nacional de Mineração (ANM); as demais ficam sob responsabilidade do Imasul.
O relatório alerta ainda para a redução das inspeções: as fiscalizações de campo caíram 7% em 2024, devido à falta de equipes exclusivas e de orçamento para o setor.
Municípios como Ribas do Rio Pardo (219 barragens), Água Clara (174), Três Lagoas (141), Brasilândia (135) e Naviraí (123) concentram o maior número de barragens, usadas para irrigação, abastecimento de água e indústria.
Apesar de muitas não apresentarem risco imediato, a ANA reforça que é preciso ampliar o controle para evitar novos acidentes. Em 2023, foram quatro acidentes no Estado – o mais grave em Jaraguari, onde o rompimento destruiu casas e parte da BR-163. Os outros ocorreram em Campo Grande, Batayporã e Terenos, causados por chuvas fortes.
Em todo o país, 241 barragens foram classificadas como prioritárias para gestão de risco. Segundo a ANA, cerca de 28 mil barragens estão cadastradas no Brasil, com 97% voltadas para acumulação de água, irrigação e abastecimento humano.
O relatório é divulgado anualmente para guiar fiscalizações e responsabilidades, leia aqui.
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