Um produto do Cerrado brasileiro recebeu, pela primeira vez, autorização oficial para ser vendido em toda a União Europeia. Trata-se da castanha de baru, fruto nativo do bioma, que agora abre novas oportunidades de renda para agricultores familiares e extrativistas da região.
O reconhecimento internacional é resultado de mais de 25 anos de trabalho da CoopCerrado, com apoio técnico do Centro de Desenvolvimento Agroecológico do Cerrado (Cedac) e investimentos da Fundação Banco do Brasil, segundo informações do Portal do Agronegócio.
Parceira da CoopCerrado e do Cedac desde 2005, a Fundação BB já financiou cerca de 15 projetos voltados ao fortalecimento da cadeia do baru, com foco em geração de renda, inovação e preservação ambiental. Um dos marcos foi a instalação da primeira plataforma industrial da castanha, viabilizada em parceria com o BNDES. A estrutura permitiu ampliar a produção, melhorar a qualidade e abrir caminho para o mercado internacional.
Para o presidente da Fundação BB, Kleytton Morais, a autorização da União Europeia é uma conquista histórica para o Brasil e para as comunidades extrativistas do Cerrado.
“Esse avanço fortalece a bioeconomia, promove renda, inclusão e conservação ambiental”, afirmou ao Portal do Agronegócio.
Visibilidade
Antes mesmo da aprovação europeia, a castanha de baru já era exportada para os Estados Unidos e para o Oriente Médio. Agora, com a entrada oficial no mercado europeu, o fruto ganha ainda mais visibilidade e evidencia o potencial da sociobiodiversidade brasileira.
Segundo Alessandra Karla da Silva, coordenadora executiva do Cedac, os investimentos estratégicos ao longo dos anos permitiram dar escala à produção e garantir acesso a novos mercados.
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