Mesmo com a exclusão da carne bovina da lista de produtos brasileiros isentos da nova tarifa de 50% dos Estados Unidos, o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Roberto Perosa, mantém a aposta nas negociações entre os governos. A medida dos EUA, que entra em vigor em 1º de agosto de 2025, é vista como um grande problema pelo setor, que já estima um impacto negativo de US$ 1 bilhão. As informações são do Globo Rural.
O presidente da Abiec enfatizou que “vários produtos” não entraram na primeira lista de isenções e, por isso, o setor mantém a esperança de que o tratamento dado às carnes possa ser alterado. Ele destacou a importância de explicar aos EUA que a carne brasileira é complementar à produção americana, especialmente porque os EUA vivem o menor ciclo pecuário dos últimos 80 anos e a carne brasileira é insumo essencial para hambúrgueres. Perosa alertou sobre o impacto inflacionário para o consumidor americano caso as tarifas persistam.
Enquanto produtos como o suco de laranja escaparam da nova taxa, a situação para a carne bovina é complexa, especialmente porque os americanos vinham comprando volumes significativos do Brasil neste ano. O analista Fernando Iglesias, da Safras & Mercado, sugere que os frigoríficos brasileiros precisarão buscar ativamente outros mercados, com foco na Ásia, Oriente Médio e China.
Perosa afirma que, embora não haja um substituto imediato para a rentabilidade e especificação do mercado americano, o Brasil explorará novas possibilidades em países como Japão, Coreia do Sul e Turquia. Secretários do Ministério da Agricultura e representantes do setor privado viajarão a Japão e Coreia do Sul no início de agosto para avançar nessas negociações.
Apesar do cenário preocupante, os produtos embarcados até 5 de agosto e as cargas que chegarem aos portos americanos até 10 de agosto não sofrerão com as tarifas adicionais.