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Dependência de fontes de energia fóssil preocupa agro

Dependência de fontes de energia fóssil preocupa agroSetor é ums principais fornecedores de energia limpa do País. Foto:Absolar

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A recente escalada de conflitos no mundo, com uma nova guerra em andamento no Oriente Médio, lança uma sombra sobre a economia global, e o agronegócio brasileiro sente o peso da incerteza. A expectativa é de alta nos preços dos combustíveis fósseis, um golpe para um setor que, apesar de ser um gigante na produção de energias renováveis, ainda depende fortemente dessas fontes não renováveis para operar.

Um estudo recente do Observatório da Bioeconomia da Fundação Getulio Vargas (FGV) revela a dimensão dessa dependência. Em 2022, o Brasil consumiu 1,4 gigajoules (GJ) de energia fóssil para cada US$ 1 mil de produção agropecuária, um número ligeiramente acima da média global de 1,2 GJ.

De acordo com Luciano Rodrigues, pesquisador da FGV,  o agronegócio brasileiro possui diversas características favoráveis para a utilização de energia limpa em toda sua cadeia produtiva: o clima tropical, a produção extensiva com menos irrigação, a elevada produtividade por hectare, mais de uma safra por ano, tecnologia e manejo adaptados às condições edafoclimáticas do País. Mas essa essa vantagem convive com uma vulnerabilidade: a dependência do diesel.

“Em 2022, 73% da energia usada diretamente na agropecuária brasileira veio de combustíveis fósseis, em especial o diesel. Isso torna o setor sensível a choques externos, como variações no preço do petróleo ou crises geopolíticas”, explica o pesquisador.

Relevância na transição energética

O estudo revela também, que apesar dessa dependência, o agronegócio brasileiro, que sempre foi sinônimo de produtividade, exportações recordes e segurança alimentar, agora mostra relevância estratégica na transição energética do Brasil.

Segundo os dados, o setor é um dos principais fornecedores de energia renovável do País, respondendo por cerca de 29% de toda a energia usada no Brasil e, dentro do grupo das fontes renováveis, sua contribuição chega a impressionantes 60%.