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Mesmo com safra recorde, lucro do produtor rural foi menor, diz CNA

Mesmo com safra recorde, lucro do produtor rural foi menor, diz CNAQueda no preço de commoditie provocou impactos. Foto: CNA

Guerra faz crescer custo de produção agrícola, diz CNA
CNA: exportações de óleo de soja em bruto têm alta de 862,1% em outubro
Safra de grãos será a mais cara da história com alta de até 50% por hectare

A rentabilidade do produtor rural brasileiro foi menor na safra 2022/23, apesar da safra recorde de grãos de 322,8 milhões de toneladas, informa a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Segundo a entidade, a margem bruta de lucro da soja recuou 68% ante a temporada 2021/22, considerando dados do Projeto Campo Futuro.

O milho verão obteve uma margem bruta de lucro 134% menor, enquanto a rentabilidade do milho de segunda safra caiu 122%.

Os dados foram apresentados nesta quarta-feira, 6/12, pelo presidente da CNA, João Martins, e pelos diretores Técnicos, Bruno Lucchi, e de Relações Internacionais, Sueme Mori, em coletiva de imprensa da confederação para balanço deste ano e perspectivas de 2024.

Na pecuária leiteira, a margem de lucro dos produtores cedeu 67,4% em um ano, na base comparativa entre outubro de 2023 e de 2022. Segundo a CNA, a rentabilidade da atividade foi pressionada pela retração de preços que superou a queda nos custos.
Na pecuária de corte, a margem bruta recuou 48,7%

“No leite, importações subsidiadas Na pecuária de corte, tivemos aumento de produção, consumo foi lento e exportação andou de lado, o que pressionou a margem do produtor”, disse Lucchi.

De acordo com a entidade, os custos de produção elevados e a queda no preço das commodities agrícolas prejudicaram a receita dos produtores neste ano, com tendência de continuidade do cenário de menor rentabilidade em 2024.

PIB

O Produto Interno Bruto (PIB) do Agronegócio, que engloba toda a produção dentro e fora da porteira e considera volume e preços em reais, deve ficar estável, ou cair até 2%, em 2024 em comparação com 2023, estima a CNA. O resultado, segundo a entidade, vai depender da relação entre preços dos produtos agropecuários e custos de produção, além da retomada da agroindústria e dos efeitos do El Niño sobre a safra de grãos 2023/24.

Neste ano, o PIB do agronegócio deve recuar 0,94% para R$ 2,60 trilhões, representando 24,4% do PIB nacional. O aumento da produção agropecuária e na agroindústria praticamente compensaram a queda nos preços dos produtos, o que definiu o desempenho do indicador no ano, avalia a CNA.

Já o PIB da agropecuária, que engloba todo volume produzido dentro da porteira, a CNA espera aumento de 14,5% neste ano, puxado pela maior produção de grãos, representando 7,5% do PIB nacional.

“O PIB Brasil deve crescer 2,8% neste ano, 47% desse crescimento veio da agropecuária, graças à superprodução”, afirmou Lucchi.

Para 2024, a expectativa inicial da entidade é de desaceleração do crescimento do setor, com alta de

“No próximo ano será um crescimento mais tímido. A questão do clima deve ser determinante para 2024”, disse Lucchi.

VBP

O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) deve encerrar o ano com queda de 2,2% ante 2022, a R$ 1,24 trilhão em meio à redução dos preços dos produtos agropecuários, estima a CNA. Em 2024, o indicador tende a recuar 2,1%, para R$ 1,217 trilhão, prevê a entidade. No segmento agrícola, o VBP deve encolher 3,4% em virtude do risco de perdas na produção pelo El Niño. Já na pecuária, é esperada uma melhora de 0,8% associada a uma reação dos preços da arroba do boi.

Fonte: Estadão Conteúdo