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Parlamentares dos EUA e Europa pedem investigação contra a JBS

Parlamentares dos EUA e Europa pedem investigação contra a JBS

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O presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado dos EUA, Bob Menendez, o membro da Câmara dos Comuns do Parlamento do Reino Unido Ian Liddell-Grainger e o presidente da Comissão de Agricultura e Desenvolvimento Rural do Parlamento Europeu, Norbert Lins, pediram uma investigação coordenada das atividades da JBS, sua controladora J&F Investimentos e subsidiárias na Europa e nos EUA, informou a Bloomberg News nesta quarta-feira, 5/01.

“Também encorajamos nossos governos a examinar as práticas antitruste e anticompetitivas da JBS e avaliar se os abusos da empresa podem prejudicar permanentemente as cadeias de abastecimento de alimentos”, afirmam os parlamentares em comunicado.

Após a nota, de acordo com a agência de notícias, as ações da JBS começaram a cair e terminaram o dia com baixa de 0,30%, negociada a R$ 36,24. Na véspera, os papéis ja tinham recuado 4,2%.

Na terça-feira, 4/1, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou investimento de US$ 1 bilhão para expandir a capacidade de pequenas processadoras de carne naquele país. O objetivo, de acordo com a Casa Branca, é criar “um setor de carnes e aves mais competitivo, justo e resiliente, com melhores ganhos para os produtores e mais opções e preços acessíveis para os consumidores”.

Atualmente, Cargill, Tyson, JBS e National Beef (Marfrig) são responsáveis por 85% da produção de carne bovina dos Estados UnidosO TOP 4 controla ainda 54% do mercado de aves e 70% do mercado de carne suína, segundo a Bloomberg.

No Brasil, Marfrig e JBS não comentaram o assunto. Contudo, fontes das duas empresas ouvidas em reportagem da Bloomberg sobre o assunto consideram que as medidas anunciadas por Biden não iriam interferir em seus negócios nos Estados Unidos.

Segundo a fontes da agência, as medidas estão sendo consideradas irrelevantes, tanto do ponto de vista dos preços da carne quanto da concentração do mercado, e que a atitude de Biden tem um viés muito mais político do que econômico. Na prática, alguns analistas consideram que a alta dos preços vai muito além da questão da concentração, afinal, há décadas as quatro maiores empresas controlam a maior parte da produção americana.