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Temperatura deve aumentar até 2,6°C, diz relatório da ONU

Temperatura deve aumentar até 2,6°C, diz relatório da ONUO mundo precisa reduzir suas emissões em 43% até 2030 Foto: Agência Brasil

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A Convenção-Quadro da ONU sobre Mudança do Clima (UNFCCC) divulgou na última sexta-feira, 8/9, o tão aguardado relatório sobre a situação atual dos compromissos climáticos dos países para conter o aquecimento global neste século. Como esperado, o quadro não é bom: embora os governos tenham elevado a ambição de suas promessas de redução das emissões de gases de efeito estufa, as expectativas atuais ainda garantem um aquecimento bem acima dos 2ºC definidos pelo Acordo de Paris como limite máximo para o aumento de temperatura em relação aos níveis pré-industriais.

O relatório é produto do Global Stocktake, ou balanço global, uma etapa do processo de revisão cíclica dos compromissos nacionais do Acordo de Paris. Elaborado por um comitê técnico, que reuniu insumos de diversas fontes (inclusive de organizações da sociedade civil e cientistas), o documento constatou avanços significativos nos últimos anos, que resultaram na redução do aquecimento projetado para 2100 de 4,8ºC (em 2010) para 2,1ºC, no cenário mais otimista, e 2,6ºC na projeção mais pessimista.

O caminho para o limite de 1,5ºC de aquecimento ainda está aberto, mas se estreita cada vez mais. De acordo com o relatório, o mundo precisará reduzir suas emissões em 43% até 2030 e 60% até 2035 em relação a 2019 para viabilizar a neutralidade líquida de suas emissões em 2050, passo essencial para conter o aquecimento em 1,5ºC.

Para tanto, o documento lista algumas ações “indispensáveis”, como o aumento da geração de energia renovável e a eliminação gradual do uso de combustíveis fósseis sem compensação (unabated), além de acabar com o desmatamento e reduzir as emissões de metano, especialmente aquelas provenientes das operações de petróleo e gás.

Outra ação importante indicada pelo texto é a ampliação do financiamento climático a partir do redirecionamento de recursos que hoje alimentam a indústria de combustíveis fósseis para acelerar a transição para fontes energéticas renováveis.