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MPMS foca em 357 propriedades rurais para combater queimadas

MPMS foca em 357 propriedades rurais para combater queimadas75% do fogo do Pantanal do MS iniciou em propriedade privada Foto: Decom/MPMS

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O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), por meio de seu Núcleo Ambiental, intensifica as ações do Programa Pantanal em Alerta, direcionando seus esforços para 357 propriedades rurais prioritárias na região. Essa estratégia, que conta com apoio técnico da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa/UFRJ), será a base para fiscalizações, orientações técnicas e medidas antecipadas de prevenção a queimadas.

A escolha dessas 357 propriedades não é aleatória. Ela se baseia em critérios técnicos rigorosos, como o histórico de incêndios no local, o baixo potencial de regeneração da área após o fogo e a proximidade com áreas protegidas

A decisão de focar em propriedades privadas vem ainda de uma análise preocupante dos dados de 2024. De acordo com o Centro de Apoio do Meio Ambiente (Caoma) do MPMS, o Pantanal sul-mato-grossense registrou 234 incêndios no ano passado, afetando 830 propriedades e queimando aproximadamente 1,74 milhão de hectares.

“75% de tudo que queimou no Pantanal do Mato Grosso do Sul iniciou em propriedade privada. Isso demonstra que a gente precisa trabalhar em parceria com os proprietários para evitar esses incêndios, explica o promotor de Justiça e Coordenador do Núcleo Ambiental, Luciano Furtado Loubet,  o porquê desse direcionamento

Loubet essalta a importância de construir parcerias com o setor produtivo, pois, embora muitos incêndios comecem em propriedades privadas, a maioria delas acaba sendo vítima do fogo que se alastra de outros imóveis.

Colaboração é essencial

O Programa Pantanal em Alerta tem se mostrado fundamental na identificação de focos de incêndio, na articulação com órgãos de combate e na redução do tempo de resposta, o que ajuda a minimizar os danos à rica biodiversidade e às comunidades locais.

A atuação integrada com diversas instituições, como as Secretarias de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), o Corpo de Bombeiros, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a Defesa Civil, a Polícia Militar Ambiental (PMA) e o Instituto de Perícias Criminais, é vista como essencial para garantir respostas ágeis e coordenadas.

Além disso, o programa incentiva a criação de planos de prevenção adaptados à realidade de cada propriedade, promovendo a corresponsabilidade na conservação ambiental.

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