HomeAgricultura

Fávaro debate soluções sustentáveis para a cadeia dos bioinsumos

Fávaro debate soluções sustentáveis para a cadeia dos bioinsumosMinistro elogiou país como referência no uso dos bioinsumos. Foto: Mapa

Ameaça aos bioinsumos mantém agro refém de empresas estrangeiras
Brasil deve ser destaque mundial no uso de bioinsumos nos próximos anos
Fundo quer investir meio bilhão na agricultura regenerativa em Goiás

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, participou, na segunda-feira, 16/10, em São Paulo, do primeiro Fórum Bioinsumos no Agro. O evento reuniu especialistas, pesquisadores e players do setor para discutir e promover soluções inovadoras e sustentáveis para a cadeia.

Referência mundial na utilização de defensivos agrícolas biológicos no campo, o Brasil conta com mais de 600 produtos comerciais registrados no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e, neste ano, espera-se registrar mais 100 novos produtos de base biológica.

“A responsabilidade pela sustentabilidade do Brasil é nossa. Temos que cuidar do nosso meio ambiente aos nossos moldes, com a nossa altivez. Nesses 50 anos o Brasil passou a ser o grande provedor de alimentos, crescemos para 65 milhões de hectares de áreas com agricultura – 140% -, mas crescemos 580% na nossa produtividade. Essa é a revolução brasileira, galgada na sustentabilidade, no respeito ao meio ambiente e vamos crescer muito mais por isso a importância dos bioinsumos”, ressaltou.

Um estudo realizado pela CropLife Brasil, em conjunto com a S&P Global, projeta um valor de R$ 17 bilhões para o mercado de bioinsumos até 2030, com taxa de crescimento de 23% entre 2022 e 2030.

Mais da metade dos agricultores brasileiros já usam essa tecnologia, colocando o Brasil em uma primeira posição como o país que mais a adota tanto em biocontrole como em biofertilizantes.

Fávaro ainda lembrou que o Mapa tem iniciativas muito importantes, como a Rede de Inovação de Bioinsumos e a parceria com a Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI) para o desenvolvimento de novos produtos e diminuir a dependência de fertilizantes fósseis.

“Certamente os bioinsumos terão grande papel no nosso futuro de desenvolvimento, e isso se faz por meio da ciência, de grandes debates e inclusão de tecnologias, sabendo onde queremos chegar porque o Brasil tem competência para isso”, concluiu.

O evento foi realizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal (Abisolo), CropLife Brasil e Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg).

A programação contou ainda com quatro painéis: o panorama atual do mercado no Brasil e no mundo; políticas públicas e regulamentação; biodefensivos e novas tecnologias no mercado; e os cenários dos biofertilizantes e bioinoculantes.

Fertilidade do solo e sustentabilidade

Os bioinsumos são produtos baseados em componentes biológicos, como microrganismos e extratos vegetais, utilizados para o controle de pragas e doenças, desenvolvimento de plantas e aumento da fertilidade do solo, potencializando os ganhos ambientais em toda a cadeia de produção.

Para ampliar e fortalecer a utilização do defensivo agrícola, o Mapa possui o Programa Nacional de Bioinsumos, que tem o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável da agropecuária brasileira. O programa foi instituído pelo Decreto 10.375 e pelas Portarias 102 e 103, publicados em 2020.

O Mapa está fortalecendo o Programa Nacional de Bioinsumos, com o pedido de alteração do Decreto Presidencial e a inclusão de uma cadeira para o setor empresarial, especialmente para o setor industrial, no Conselho Estratégico do programa.

Além do Programa, a Pasta tem desenvolvido a Rede de Inovação em Bioinsumos, que está sendo estruturada junto com as coleções de microrganismos, para facilitar o acesso das indústrias aos Institutos Federais, Universidades e a Embrapa, para aumentar a possibilidade de parcerias para desenvolver novos produtos. A rede já tem 150 coleções de microrganismos e em breve serão realizadas rodadas de negócios para ajudar a fomentar a inovação no setor.

Outra iniciativa, ainda em desenvolvimento em conjunto com a ABBI (Associaçao Brasileira de Bioinovaçao) e o SENAI, trata de um estudo para desenvolver uma estratégia para acelerar a conversão, reduzindo o uso de Nitrogênio em gramíneas e aumentando o uso de inoculantes, reduzindo a dependência brasileira de fertilizantes importados.

Políticas Públicas e Regulamentação

Integrando a programação do Fórum Bioinsumos no Agro, o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Carlos Goulart, participou do painel “Políticas Públicas e Regulamentação: aspectos atuais e perspectivas”, destacando a importância da regulamentação para a segurança do setor.

O debate foi moderado pelo vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Arnaldo Jardim e contou com a diretora de Bioindústria e Insumos Estratégicos da Saúde do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Cleila Guimarães e do diretor-executivo de Pesquisa e Inovação da Embrapa, Clenio Nailto Pilion.