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Clima instável freia plantio da soja e pressiona resultados de MT

Clima instável freia plantio da soja e pressiona resultados de MTSituação já reflete no mercado. Foto: Aprosoja/MT

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Por André Garcia

O plantio de soja em Mato Grosso avança com ritmo abaixo do esperado e já desenha um início de safra marcado por atraso, incerteza e irregularidade climática. A combinação de chuvas dispersas, altas temperaturas e perda de vigor das primeiras áreas semeadas tem exigido cautela do produtor na safra 2025/26.

De acordo com relatório semanal do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária, (IMEA), a semeadura atingiu 85,68% da área total prevista, registrando avanço de 9,55 p.p. em relação à semana anterior.  A evolução dos trabalhos havia perdido força nos dias mais recentes e já se encontra abaixo da média dos últimos cinco anos.

“No final de 2026, a receita vai ficar muito abaixo do que esperávamos no início de setembro, quando tínhamos uma previsão de chuva normal no mês de outubro. A falta dessa chuva comprometeu toda a nossa safra”, contou Adalberto Grando, produtor em Sorriso, na região Norte do estado.

Na semana passada, a Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja MT) enviou um ofício ao Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) demonstrando preocupação com o cenário. Em muitas regiões a falta de chuva causou perdas em áreas já semeadas, levando a replantio.

“A deficiência hídrica é notória, ainda não é possível contabilizar os prejuízos financeiros, mas sabemos que teremos algum prejuízo. É uma situação atípica para o começo do mês de novembro, em que não temos ainda chuvas estabelecidas e um índice pluviométrico extremamente baixo”, disse Luiz Pedro Bier, presidente da Aprosoja.

Reflexo no mercado

A perspectiva para a próxima safra é de redução na produtividade da oleaginosa e na área de milho da segunda safra.  Situação que já reflete no mercado.

“Apesar do avanço mensal, as negociações seguem atrasadas em 2,27 p.p. no comparativo com o mesmo período da safra passada e 7,03 p.p. abaixo da média dos últimos anos, cenário que reflete a incerteza quanto ao desenvolvimento da safra e os preços menos atrativos diante dos custos elevados”, aponta o relatório do IMEA.

A segunda estimativa da Companhia Nacional Abastecimento (Conab) para o estado segue negativa. Conforme dados atualizados, nesta quinta-feira (13), deve-se colher cerca de 108,66 milhões de toneladas (t), ante uma oferta recorde de 112,39 milhões (t). Se a projeção se confirmar, haverá uma retração anual de 3,3%.

Para a oferta nacional, a Companhia indica um volume de produção de 354,8 milhões de toneladas. Com o avanço da semeadura das culturas de primeira safra, a previsão é de uma área total de 84,4 milhões de hectares no atual ciclo, com crescimento de 3,3% na área cultivada em relação à safra 2024/25.

 

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