Por André Garcia
Com mais de 2 mil fiscalizações realizadas em um mês, o Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT) intensifica a vigilância sobre o vazio sanitário da soja. O período, que começou em 8 de junho e segue até 6 de setembro, proíbe o plantio e a manutenção de plantas vivas de soja em qualquer fase de desenvolvimento. A meta é interromper o ciclo da ferrugem asiática e proteger a próxima safra.
Segundo balanço do órgão, entre 8 de junho e 6 de julho foram realizadas 2.061 fiscalizações em propriedades rurais do estado. Apenas nos primeiros 18 dias, entre 8 e 25 de junho, a Coordenadoria de Defesa Sanitária Vegetal (CDSV) aplicou 12 autos de infração, com multas somando 1.643 Unidades Padrão Fiscal (UPFs).
“Todos os autos foram lavrados por descumprimento da obrigação de manter a lavoura livre de plantas vivas durante o vazio sanitário”, afirma o diretor técnico do Indea, Renan Tomazele.
Ele alerta que a presença de soja voluntária neste período facilita a sobrevivência do fungo causador da ferrugem asiática, o Phakopsora pachyrhizi, elevando o risco de infecção precoce e perdas na próxima safra.A doença ataca as folhas da planta, causando amarelecimento e queda prematura, o que compromete a formação dos grãos.
“Esse período de 90 dias de proibição é justamente para proteger o cultivo da próxima safra. Se o produtor não toma o devido cuidado, pode colocar a sua produção em risco, pois a presença do fungo no período do vazio sanitário proporciona o surgimento da ferrugem mais cedo na próxima safra, consequentemente aumentando os níveis de severidade comprometendo a produtividade”, acrescenta.
Além das fiscalizações em campo, o Indea realiza coletas e análises laboratoriais para monitorar a presença do fungo. Em junho, 60 amostras de folhas de soja foram examinadas pelo Núcleo Laboratorial de Sanidade Vegetal (NLSV), em Cuiabá. Destas, 22 tiveram resultado positivo para ferrugem asiática.
Na safra 2024/2025, Mato Grosso registrou 16.299 unidades de produção de soja, somando uma área plantada de 11,3 milhões de hectares.
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