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MT lidera ranking de queimadas no Brasil

MT lidera ranking de queimadas no BrasilMato Grosso também encabeça a lista dos que mais queimaram o Cerrado. Crédito: Agência Brasil

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Mato Grosso segue como líder em queimadas. Nos primeiros nove meses de 2022, o Estado concentrou quase 1 ⁄ 4 do que foi queimado no Brasil, figurando, ao lado do Pará e do Tocantins, em um ranking que coincide com as fronteiras agropecuárias no país. Os dados são do mais recente relatório do Monitor do Fogo do MapBiomas, divulgado na segunda-feira (17/10).

De acordo com o levantamento, juntos, esses três estados representaram 57% da área queimada total afetada no período. Mato Grosso também encabeça a lista dos que mais queimaram quando se considera apenas o bioma Cerrado, seguido por Tocantins e Maranhão. Com relação aos municípios recordistas em queimadas, a maioria está no bioma Amazônia, especialmente no Pará.

Somente no mês de setembro, as queimadas consumiram 5.825.520 hectares no Brasil. Essa área representa 50% de tudo que foi queimado nos nove primeiros meses de 2022. Os números representam acúmulo total de 11.749.938 hectares queimados em apenas nove meses, uma área maior que todo o estado de Pernambuco.

Uma área similar à que foi afetada pelo fogo no mesmo período de 2021 – um aumento de 1%. Por trás dessa aparente estabilidade há grandes variações. Houve um crescimento na área queimada de 40% na Amazônia (mais de 1,6 milhões de hectares) e de impressionantes 1500% no Pampa (27.317 hectares).

Biomas mais prejudicados

O bioma com maior extensão queimada em setembro foi o Cerrado (2.973.443 ha queimados, 13% a mais que no mesmo mês de 2021). A Amazônia, por sua vez, foi o bioma com maior aumento de área queimada em relação ao mesmo mês de 2021: 71% (1.080.388 ha a mais). Na comparação com agosto deste ano, o aumento foi de 52%, no caso da Amazônia, e de 149%, no Cerrado.

O crescimento das queimadas em florestas no Brasil foi de 34%, com cerca de 2 milhões de hectares (1.942.949 ha). A quase totalidade (87%) desses incêndios florestais ocorreram na Amazônia. Assim, conclui-se que praticamente metade das queimadas neste ano (49%, ou 5.797.298 ha) ocorreu na Amazônia.

A situação do Cerrado, contudo, mostra-se mais preocupante. Embora tenha a metade do tamanho da Amazônia, o bioma se aproximou dos números amazônicos (46%, ou 5.408.154 ha). Juntos, eles somam 95% da área queimada no Brasil.

“Importante ressaltar que esse aumento da área de incêndios florestais na Amazônia em 2022 é um péssimo indicador para a região, pois essas florestas não são adaptadas ao fogo e acabam ficando mais suscetíveis a novos incêndios se tornando degradadas”, afirma a coordenadora do Mapbiomas Fogo e Diretora de Ciência do IPAM, Ane Alencar.

Padrão de queima

Em todos os biomas, as queimadas ocorrem preferencialmente em áreas de vegetação nativa em formações savânicas e campestres, que responderam por 69% da área queimada no período no Brasil. Dentro os tipos de uso agropecuário, as pastagens se destacaram, representando 25% da área queimada nos nove primeiros meses de 2022.

“O padrão de queima de formações savânicas e campestres tem dominado as estatísticas de área queimada no Brasil. Isso acontece, pois, esses tipos de vegetação tem um regime de fogo associado. Entretanto temos que ficar alerta pois parte desse fogo está acontecendo com frequência e intensidade diferente do regime esperado para esses ecossistemas” afirma a coordenadora operacional do Mapbiomas Fogo e pesquisadora do IPAM, Vera Arruda.

Enquanto Amazônia e Pampa tiveram aumento, o Pantanal apresentou a menor área queimada nos últimos quatro anos, com 83% de redução na comparação do período entre janeiro e setembro de 2022 com o ano anterior.

Monitor do Fogo

O Monitor do Fogo é o mapeamento mensal de cicatrizes de fogo para o Brasil, abrangendo o período a partir de 2019, e atualizados mensalmente. Baseado em mosaicos mensais de imagens multiespectrais do Sentinel 2 com resolução espacial de 10 metros e temporal de 5 dias. O Monitor de Fogo revela em tempo real a localização e extensão das áreas queimadas, facilitando assim a contabilidade da destruição decorrente do fogo.

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