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Desmate na Amazônia cai 11% em relação a 2021, mas sem incluir meses de recorde histórico

Desmate na Amazônia cai 11% em relação a 2021, mas sem incluir meses de recorde históricoColniza é um dos campeões de desmate no Mato Grosso. Foto: Sema-MT

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O Instituto Nacional de  Pesquisas Espaciais  (Inpe) concluiu que a estimativa da taxa de desmatamento na Amazônia Legal Brasileira (ALB) foi de 11.568 km2, no período de 1 de agosto de 2021 a 31 de julho de 2022.

Esse valor representa uma redução de 11,27 % em relação à taxa de desmatamento consolidada pelo  Programa  de Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite (Prodes), que foi de 13.038  km2 para os nove Estados da ALB. . Os estados do Pará, Amazonas, Mato Grosso e Rondônia correspondem a 87,89% do desmatamento estimado na ALB.

O índice registrado entre agosto a novembro deste ano – que não entrou no cálculo da taxa divulgada esta semana –, por meio de um outro sistema de monitoramento por satélite realizado pelo Inpe, apontou um recorde histórico do desmatamento na Amazônia, que possivelmente será computado na taxa a ser divulgada em 2023.

A análise mostra que o Mato Grosso, onde fica 16% da área derrubada,  registrou uma queda no desmatamento, de 14%, assim como o Amapá, que apresentou o maior percentual de redução de desmatamento (‐64,71%).  Já o Pará, embora tenha tido redução de 20,94 %, este estado permanece como o maior contribuinte absoluto de desmatamento, com 4.141 km² em 2022.  O Amazonas é o único estado da ALB que apresentou aumento de desmatamento  (13,05 %).

Nos dois casos, PA e MT, a redução é um reflexo da ação dos governos estaduais, de acordo com o engenheiro florestal Tasso Azevedo, coordenador do Mapbiomas, plataforma de monitoramento do desmatamento que une ONGs, empresas e universidades. “São dois estados que começaram a agir de forma mais contundente em relação ao desmatamento com as forças próprias”, afirmou ele à revista piauí.

Azevedo chamou atenção para outro fator que ajuda a explicar os diferentes padrões regionais de desmatamento registrados pelo Inpe. “No período em questão, houve mais chuva no Pará e no Mato Grosso, onde o desmatamento caiu, e menos chuva no Sul do Amazonas, onde ele mais aumentou”, afirmou.