Na onda da conversão de pastagens degradadas, a Viter, unidade de insumos da Votorantim Cimentos, está acelerando seus investimentos. O movimento deve ampliar em cerca de 1 milhão de hectares a área de soja na safra 2025/2026, elevou a demanda por calcário agrícola em todo o país.
A lógica é simples. Em áreas já consolidadas, o agricultor aplica em média uma tonelada de calcário por hectare. Nas pastagens degradadas em processo de recuperação, esse volume chega a dez toneladas. “É um grande ‘puxador’ das vendas da empresa”, disse ao AgFeed o gerente geral da Viter, Marcelo Giuliano Sousa.
Para acompanhar o ritmo, a empresa abriu um novo galpão de estocagem em Nobres, MT, que permite manter produtos disponíveis mesmo na entressafra e agilizar entregas quando a procura dispara.
A estrutura integra um pacote de R$ 330 milhões anunciado pela Votorantim Cimentos no estado, que inclui a modernização das unidades de Cuiabá e de Nobres. Com isso, a capacidade de produção de calcário agrícola em Nobres vai crescer mais de 20%, passando de 740 mil para 900 mil toneladas ao ano.
O avanço da soja sobre áreas degradadas tem exigido mais eficiência das indústrias de insumos. Em 2025, as condições climáticas favoráveis e a expectativa de maior produtividade aumentaram ainda mais a procura por calcário, mesmo com o crédito rural travado.
A empresa estima crescimento entre 10 e 15% nos volumes na comparação com a safra passada.
“Esse avanço na recuperação de pastagens ocorre com mais intensidade no Centro-Norte. As modernizações de fábrica que fazemos para ganhar mais eficiência visam atender esse mercado crescente e a demanda que surge a partir disso”, diz Sousa.
A Viter atende principalmente produtores de soja, algodão e milho em Mato Grosso e no Matopiba, além de outras culturas abastecidas pela planta de Sobradinho, próxima de Brasília. Segundo Sousa, a tendência é que a demanda siga firme enquanto a abertura de novas áreas continuar sendo o principal motor de expansão da agricultura no país.
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