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Norte do Mato Grosso terá volume de chuva acima da média no final do mês

Chuva acima da média no Centro-Sul e abaixo no Norte e Nordeste
Centro-Oeste tem alerta de chuvas intensas e calor persiste
Dias chuvosos no Centro-Oeste contribuem no controle do fogo

Por Vinicius Marques

A temporada de chuvas no Mato Grosso teve início em novembro do ano passado de forma intensa. O grande volume de água, especialmente na região centro-norte do estado, deve-se em grande parte ao fenômeno La Niña, que tem potencializado as chuvas de verão de grande parte do Centro-Oeste brasileiro.

Segundo Andrea Ramos, meteorologista de plantão do INMET, a previsão para os municípios do sul do estado está dentro da média esperada. No entanto, para o final do mês de janeiro e fevereiro, os municípios do norte mato-grossense devem receber um volume de chuva acima da média, o que pode prejudicar a colheita da soja em municípios como Sapezal, Sinop e Sorriso.

“Nós estamos no verão, uma estação naturalmente mais chuvosa”, explica a meteorologista.  “No entanto, quando olhamos para a climatologia destes municípios, encontramos chuvas acima de 200 milímetros. A cidade com a maior previsão é o de Matupá, com 324.6 mm”, afirma a meteorologista.

Em algumas localidades, os primeiros dez dias do ano já apresentaram uma média muito acima do esperado. Em Nova Diamantina, por exemplo, o esperado para janeiro inteiro seria de 292.3 mm;  o município, no entanto, já apresentou até aqui 220 mm de chuva, 75% do esperado para o mês. Há também o caso de cinco cidades (Santa Terezinha, Confresa, Luciara, Nova Bandeirantes e Água Boa) que já decretaram situação de emergência devido às chuvas intensas.

“Em fevereiro, a tendência é seguir com chuvas acima da climatologia em grande parte do Mato Grosso”, afirma Francisco de Assis, meteorologista também do INMET. “Teremos uma pausa de  sete a dez dias, a partir da semana que vem, seguida de mais chuva, principalmente no centro, norte e oeste do estado.”

O fenômeno La Niña

O fenômeno La Niña é um evento climático natural que ocasiona o resfriamento do Oceano Pacífico, alterando o regime de chuvas e distribuições de calor em diversas partes do globo.

“Quando o La Niña está influenciando os sistemas meteorológicos, ele faz com que as chuvas fiquem mais concentradas do centro para o norte do Brasil. Já no sul do país, ocorre um déficit de chuvas, como é o caso atual da estiagem do Mato Grosso do Sul”, explica Andrea Ramos.

Atualmente, o fenômeno, além do Mato Grosso do Sul, tem castigado o Rio Grande do Sul com secas severas. Já em Minas Gerais e na Bahia, a população sofre com enchentes, inundações, quedas de barreiras, devido às fortes chuvas do período.

Zona de Convergência do Atlântico Sul

Outro fator que contribuiu para o grande volume de chuvas no  país foi a forte ocorrência de ZCAS ao final da primavera e início do verão. A ZCAS é uma extensa zona de convergência de umidade sobre o país, muito comum no verão por conta da circulação de ventos de diferentes sistemas meteorológicos. Só no mês de dezembro, tivemos a ocorrência de 3 a 4 ZCAS no Brasil.

Para os próximos dias

Até o final desta semana, a previsão é de bastante chuva nos municípios centro-norte do estado, como Sinop e Sorriso. A partir de sábado, na parte central do Mato Grosso e na baixada cuiabana, o esperado é de uma redução considerável, apresentando estiagem ou pouca chuva na semana seguinte.