A agropecuária respondeu por 57,4% dos R$ 732,2 bilhões em perdas causadas pelos desastres climáticos nos últimos 12 anos no Brasil. Secas, estiagens e excesso de chuvas geraram prejuízo de R$ 420 bilhões ao setor. Os dados são de levantamento inédito da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), que revela a dimensão dos danos provocados por eventos climáticos extremos entre 2013 e 2024.
A agricultura teve sozinha, no período, perdas no valor de R$ 325,6 bilhões, enquanto a pecuária sofreu danos na ordem de R$ 94,4 bilhões.
Foram registrados 70.361 decretos de emergência ou estado de calamidade, apresentados por 5.279 municípios, o que representa uma média de 13 ocorrências por prefeitura, aponta a CNM. Outros setores duramente atingidos incluem instalações públicas de saúde (R$ 86 bilhões), abastecimento de água potável (R$ 61,2 bilhões) e habitação (R$ 43,4 bilhões).
O levantamento da CNM destaca ainda a frequência dos desastres relacionados à água. Entre 2013 e 2024, “a seca e a estiagem” lideraram o número de decretações de emergência ou calamidade, com 27,9 mil registros.
O “excesso de chuvas” aparece em segundo lugar, com 20,4 mil decretações. Juntas, essas duas categorias representam 68,9% do total de 70.361 decretações registradas no país no período analisado, evidenciando a crescente instabilidade climática e seus efeitos devastadores na produção agrícola e em diversos outros setores da economia brasileira.
Os dados reforçam a urgência de medidas de adaptação e mitigação para proteger a agricultura e as cidades dos impactos cada vez mais severos da emergência climática.