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Brasil perdeu 15% das florestas tropicais primárias, diz plataforma

Brasil perdeu 15% das florestas tropicais primárias, diz plataformaPaís respondeu por 43% do desmatamento global. Foto: Wikimedia Commons

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A plataforma Global Forest Watch (GFW), do instituto de pesquisa WRI Brasil, revelou o cenário crescente de ameça às florestas tropicais primárias no mundo e no Brasil. Com base em imagens de satélite, foi possível constatar que a perda na região dos trópicos, onde ficam as grandes florestas úmidas como a Amazônia, foi 10% maior no ano passado do que em 2021. No País, a perda de florestas primárias cresceu 15% em 2022 – a maior parte, na Amazônia.

Foram 4,1 milhões de hectares, o equivalente a 11 campos de futebol por minuto. Toda essa perda produziu 2,7 gigatoneladas (Gt) de emissões de dióxido de carbono, número equivalente às emissões anuais de combustíveis fósseis da Índia. De forma geral, os números mostram que a Declaração dos Líderes de Glasgow sobre Florestas e Uso do Solo, assinada por mais de 140 países, incluindo o Brasil, na COP26, em 2021, não está alcançando seu objetivo de preservação desses biomas.

O Brasil e a República Democrática do Congo – países com mais florestas tropicais no mundo – Bolívia e Gana foram os mais afetados. Entre os países com grandes áreas de florestas primárias, apenas Indonésia e a Malásia conseguiram manter as taxas de perda de florestas primárias próximas aos níveis mais baixos já registrados.

Brasil

O aumento de 15%  registrado no Brasil foi a maior taxa de perda não relacionada a incêndios desde 2005. Embora responda por 30% das florestas do mundo, o País respondeu por 43% do desmatamento global, permanecendo na liderança do ranking das nações que mais perdem florestas no mundo.

De acordo com Jefferson Ferreira-Ferreira, coordenador de Ciência de Dados de Florestas do WRI Brasil, os dados mostram que a participação do Brasil na perda de florestas tropicais vem aumentando nos últimos anos.

“Antes de 2015, cerca de 25% a 30% da perda ocorria no Brasil. Já em 2022, passou de 40%”, afirma. O 1,8 milhão de hectares dessa perda em 2022 resultou em 1,2 Gt de emissões de dióxido de carbono, ou 2,5 vezes as emissões anuais de combustíveis fósseis do Brasil”.

Fonte: Global Forest Watch